Festa de Natal no Museu Etnográfico Português, Natal de 2012 |
Os
desgraçados dos Mayas, tão preocupados com a leitura do futuro, esqueceram-se
de ler os astros sobre o presente (de então) e acabaram invadidos e destruídos
pelos espanhóis que sem escrúpulos, na sua colonização, procuravam tão somente
o ouro para roubar e nunca a sua acção envolveu o conhecimento das gentes
“achadas”, nem de qualquer sentimento ecuménico, como aconteceu com os
portugueses.
Os
Mayas terminaram ingloriamente e agora confirma-se que também erraram nas
previsões astronómicas... provavelmente por biliões de anos. A ver vamos...
(como dizia o cego...)
Escapámos
ao anunciado 21 de Dezembro de 2012 e aí vamos nós lançados para o 2013!
Que
entre o Novo Ano. Que venha abençoado e pleno de graças e saúde para todos.
Inch
Alah!
Outras
curiosidades australianas
Por
exemplo a expressão amigo. Os
americanos e ingleses utilizam friend. Dizem
“Hi friend, how are you?”, ou “Hello fellow, how are (the) things going?” Aqui na Austrália o amigo é mate. “Hi mate, how you?” São muito
práticos e adoptaram uma frase proveniente dos irlandeses.
Outra
diferença é a palavra about – que nós
aprendemos a pronunciar (em português) “abaute”. Pois bem, aqui dizem “abéute”.
Tudo o que é ou passa para (em
português) éu. Assim como a vogal i (que se lê “ai” – tonight, alright,
etc – eles dizem “ói” – lêem “tonóite”, “alróite”!
Depois
existem expressões que não têm o significado que nós aprendemos nos livros do
liceu:
Por
exemplo “compromisso” – e que eu
pensava ser Compromise. Não é! Ou por
outra, só é em determinadas circunstâncias. Se eu disser que ambas as partes
concordaram, cedendo cada um um pouco, num certo “compromisso” – aí sim, é: “they
compromise in this, or that”. Mas se eu
disser que não posso estar às 10 h da manhã porque já tenho um compromisso,
então eles dirão Comitment. Oh I
can’t go ‘cause I’ve already a comitment.
Outra
terrível diferença é a palavra simpatia.
Eu achei o Peter simpático – eu julgava que se dizia “I think Peter is very
sympathetic” ou então “I feel lots of sympathy for Peter”. Acontece que a
palavra Sympaty tem que ver com o sentimento que se revela a quem acabou de
perder um ente querido, isto é, só se refere quando se apresentam condolências!
Assim, ao contrário, utiliza-se a expressão friendly
quando achamos alguém simpático – “Oh yes, Peter is friendly...”
Também
algumas interjeições são engraçadas. Quando alguém nos está a contar uma coisa
qualquer e a gente vai dizendo – “Ah sim?”, “Sh... incrível...” “Sim,sim” e por
aí fora, eles dizem algo que nos soa a: “Ai é?” – que no fundo é o “Ah, yeah”,
mas numa conversa corrida parece mesmo a expressão portuguesa do “Ai é?”
Também
têm o horrível hábito de “assaloiar” algumas consoantes finais e em vez de as
pronunciar correctamente como CBD – (lido Ci, Bi, Di), eles dizem Ci Bi Dei –
que é como falam no mundo rural, mas agora é moda aplicarem essa fórmula na
leitura da última consoante.
De
resto, são educadíssimos e acham-nos brutos e malcriados, porque eles estão
sempre a dizer bom dia, a agradecer e a pedir por favor. Mesmo numa caixa de
supermercado, quando chega a nossa vez, mesmo que não nos conheçam, quem está
na caixa diz com um sorriso “Hello, how are you?” e nós devemos responder
“Hello, good, thanks!” Não basta responder “Hi” – isso é tido como rudeza!
Também
nos cumprimentos, eles dão um só beijinho e mais do que isso pode ser
considerado assédio. E aqui não são só os homens que fazem assédio. As mulheres
também o praticam... isto é, se se
cumprimentar com dois beijinhos, ou se se der um abraço apertado, pode ser
considerado como “convite para ir para a cama”...
Entre
homens e mulheres é normal as pessoas cumprimentarem-se com um “passou bem”
(apertarem as mãos e nada mais!)
Numa
fila não se pode estar a 30 ou 40 centímetros da pessoa da frente. Eles dão
imensa importância ao que chamam o “personal space” e normalmente respeita-se
entre meio-metro e um metro de distância. Já houve casos de pessoas que chamaram
a polícia porque o parceiro de trás (na fila) se aproximou a menos do que a
distância regulamentar!
A
hora de almoço é ao meio-dia e é rapidíssima, Há até quem coma algo ligeiro (um
snack) no próprio serviço e a hora de saída é às 17h. Eles não referem 17h, ou
20h, 21h, etc. Dizem 7 pm, 8 pm, 9 pm.
As
pessoas levantam-se às 5h30, o máximo às 6h, os empregos começam às 8h30, o
máximo às 9h e a hora de jantar é às 6 pm. A hora normal de deitar (com
excepção de 6ª para sábado e de sábado para domingo) é às 10 pm. Se a polícia
vir alguém a pé numa rua à meia-noite, provavelmente irá abordar a pessoa a
saber se foi assaltada e pedem-lhe identificação, não vá ela ser um
assaltante...
Não
há piropos e nenhum homem se atreve a dizer alguma coisa, ou a olhar para trás,
para uma miúda, para olhar de novo para as pernas, ou para o rabo! Nada disso.
Ela pode passar nua que ninguém pára (a não ser os portugas...), ninguém diz
nada, ninguém se mete! Já o contrário... Elas são quem olha, sorri e
cumprimenta, elas voltam a olhar, riem-se, fazem comentários e dizem piropos.
São elas quem “engata” e dirige o namoro, quem convida para a cama, quem domina
a relação.
Não
se interrompe ninguém e as conversas parecem “ensaiadas”, de tal forma correm
disciplinada e educadamente!
Ao
princípio estranha-se, mas depois, calmamente tudo se vai entranhando e a gente
habitua-se a tudo. É realmente uma sociedade diferente – julgo que para melhor
– e a verdade é que os únicos que arranjam problemas são os latinos, os negros
e os muçulmanos...
De
resto, aos sábados à noite o “desporto” favorito são as bebedeiras e quer eles,
quer elas apanham “tosgas” de meia-noite – chegam a ficar inconscientes e
dormem na rua, sem saber o que fazem, quem são, ou onde estão.
O
desporto favorito é o rugby, pouco sabem de futebol (a que chamam de soccer)
mas torcem todos pelo Manchester United, pelo Chelsea e pelo Barcelona.
Conhecem, o Cristiano Ronaldo, acham-no o melhor jogador do mundo, mas dizem
que o soccer é cheio de mariquices e que os jogadores se mandam para o chão por
tudo e por nada à espera do apito de referee
(Árbitro).
Outra
das características desta gente é ilidir e encurtar tudo o que lhes facilite a
linguagem. Encurtam as palavras e quem esteja de fora dos hábitos, não apanha
uma!
Dois
exemplos:
“I’m
going this morning to Uni” – aqui a palavra (que não vem no dicionário), uni, é university. Quem não sabe fica sem compreender...
“Did
you see the ad?” – aqui a palavra ad
significa advertise (anúncio), e na
mesma, quem não souber...
Dá
ideia que lhes dá muito trabalho dizer as coisas em bom inglês. Explicaram-me
que é uma moderna tendência de criar um léxico próprio, um pouco à semelhança do
que se passa com os norte-americanos – de quem eles dizem não gostar, mas
passam a vida a querer imitá-los...
3B’s
Num
belo sábado à noite, eu e a Bianca adquirimos bilhetes para ir ver um Grupo
musical australiano chamado 3B’s, exactamente porque as suas actuações se
baseiam em recriar os temas e o ambiente de palco de três grandes bandas dos anos
sessenta: os australianos Bee Gees, os americanos Beach Boys e os ingleses
Beatles. Wow... delirei! Saltei, pulei, cantei, e adorei “rever” (musicalmente
falando), aquelas fabulosas três bandas dos meus tempos de jovem!
Aliás
curiosamente, a assistência era 100% de gente cota como eu – tudo entre os 50 e
os 80 anos, recordando os principais temas das três bandas, cujos nomes,
coinicidentemente, começavam por B – daí... os 3B’s!
Tive
pena de, na ocasião, não poder partilhar aqueles momentos especiais com amigos
chegados, igualmente apreciadores de Bee Gees, Beach Boys e Beatles. Daqui uma
saudação especial para o Zé Couto e Silva e para o Jorge Carnaxide – podem ter
a certeza de que me lembrei várias vezes de vocês!
António
Sala
E
agora falo de outro grande amigo meu!
De
repente correu o boato de que aquela fabulosa glória da rádio e da televisão
portuguesa estaria a tencionar fazer como eu – emigrar para a Austrália – e até
me deram como certa uma determinada data e que o António viria para Brisbane.
Contactei-o
de seguida e afinal o António está de pedra e cal em Portugal, na sua casa em
Tires, e para já, não tenciona vir. Talvez um dia, numa viagem turística para
conhecer este paraíso que resta no mundo, e a que os naturais denominam
“down-under”... ou terras do fim-do-mundo.
E
eu, que me preparava já mentalmente para lançar com o António um programa bem
esgalhado na rádio aussie, a concorrer com o que por cá se faz de rádio em
português e que não merece sequer esse nome!
Se
vieres António, serás bem-vindo! Tu e todos os teus!
Outro
grande nome da rádio com quem contactei recentemente é o meu amigo João Chaves
a quem propus realizar e apresentar um Oceano Pacífico, realmente ao pé do dito
cujo a quem o famoso programa das noites da RFM deve o nome... Ficou a ideia e
ficou a promessa! Talvez o João cá venha em 2013! Let’s wait and see!
Se
porventura também vierem cá outros amigos que fazem rádio, como o Jaime
Ferreira de Carvalho e o Jorge Carnaxide, bom... então aí... pedimos messas aos
melhores da Austrália, isto porque, cada um no seu género, estaríamos ao nível
dos melhores e seria um show! Aí sim... iríamos mostrar como em Portugal se faz
rádio! Com excepção do Jorge, somos todos provenientes da grande escola da RR!
Abençoada Renascença!
Também
tive notícia de uma cantora portuguesa dos anos 80 – a Lília Kramer! Através do
Facebook ela contactou-me e restabelecemos uma amizade antiga, dos tempos em
que eu cheguei a fazer para ela umas quantas canções, uma das quais ela chegou
a gravar em disco. Vive agora na Alemanha e uma vez que fez carreira nos
circuitos (lucrativos aliás) dos Cruzeiros marítimos de longo curso, conheceu a
China, onde já actuou, onde já lançou discos e onde é realmente bastante
popular.
Restabelecida
a relação, estamos neste momento a pensar em preparar um grande show com temas
inéditos e antigos e que lhe proporcione
fazer em vários países, um show de duas horas só com ela. Já preparei duas ou
três canções e agora aguardo que ela venha a Sydney para se gravar o novo
álbum, cujo lançamento poderá (e deverá) incluir Pequim!
Quem
sabe se ainda não farei uma canção com versão em cantonense? Ou uma adaptação
moderna do “Quando o coração chora” em mandarim...
Também
aguardo a vinda no início do próximo ano, do cantor e compositor madeirense
Luis Filipe, de quem sou muito amigo e com quem já tive a honra e o prazer de
trabalhar!
São
todos bem vindos e se vierem é garantido que haverá festa da rija, à
portuguesa, porque essa é a forma como os portugueses festejam a chegada de
alguém da terra – um compadre – mesmo que o conhecimento pessoal seja escasso.
É a nossa discutível, mas maravilhosa forma de ser!
A
terra do sol
Vou
voltar ao tema Austrália.
Também
há quem lhe chame de “a terra do sol”, tal é a força com que o sol inunda estas
terras privilegiadas!
A
claridade, que eu pensava ser máxima em Aveiro – inclusivé múltiplos artistas
declaram ser a zona do mundo com maior claridade – é absolutamente imbatível na
Austrália! Mas nem se compara! Aqui é “obrigatório” usar-se óculos de sol – não
se suporta a claridade sem uma protecção ocular correcta e eficaz, e são aos
milhares (apesar dos muitos avisos públicos pelos cartazes, pela rádio e pelos
jornais), os doentes com maleitas provocadas pelo sol, quer na pele, quer nos
olhos.
Também
o calor abafa e aparece e desaparece num repente. Há dias, passou-se dos 25, 28
graus centígrados, para dois dias seguidos de 44 e 45 graus – quase
irrespirável! Do género de nada resultar e de apetecer fugir para dentro dos
grandes armazéns e shopping centers com ar condicionado. Num dos dias, eu e a
Bianca tomámos quatro banhos de chuveiro, cada um, tal a intensidade do calor.
Acabávamos de tomar banho e logo estávamos de novo a transpirar! Tipo coisa
colante e insuportável! E nós a sabermos, pela minha sogra, que em Portugal
estava um frio de rachar, chuva, vento e temporal... Dará para trocar um
pedacinho? Aceitamos!
Visita
a uma Mata quase virgem
O
nosso incansável amigo Peter Thomas, celibatário por vocação, residente em Wollongong,
financial controller numa enorme
empresa que constrói pontes, viadutos e autoestradas, convidou-nos a conhecer com ele uma mata quase
virgem, (uma mata que incluia uma inestimável colecção de mais de cem
diferentes variedades de gumtree –
eucaliptos), no meio da qual poderia ser visitada uma mina de carvão, já
desactivada há mais de cem anos e a mais de quatrocentos metros de descidas até
às profundas do “inferno”...
Foi
giro, tirámos muitas fotografias e eu tive a oportunidade de visualizar e fotografar
a planta de que mais gosto – o Feto – em dimensões enormes,completamente
impossível de ver em ambiente diverso do de uma mata húmida e selvagem,
praticamente intocada pelo homem!
No
novo sítio das fotos poderão visualizar algumas das imagens aqui referidas:
No
meio da mata, e para mim inexplicavelmente, deparámo-nos com um enorme templo
budista, de um grupo de monges tailandeses, a quem o governo australiano doou
um terreno exactamente para permitir que os monges possam praticar livremente a
sua religião. O templo é rodeado por enormes jardins e perto do edifício
central, construiram uma “representação” do mundo de há 5000 anos, com a
reconstituição (fantasiosa/não rigorosa) de templos no médio oriente, Grécia,
Roma, etc. Ao referido mapa-mundi faltavam somente a Península Ibérica e as
Américas.
Porquê?
Não sei, nem imagino, porque já nesse tempo (há 5.000 anos), existia informação
sobre os territórios que compunham a Península Ibérica, assim como sobre o
estreito de Bering por onde terão passado os chineses que vieram a formar as
várias tribos índias que colonizaram ambas as Américas.
Prenúncio
de alguma coisa? Reflexo dos escassos conhecimentos geográficos desses tempos
recuados? Enfim, não indaguei e não vi aliás nenhum dos monges budistas que,
pelos vistos, evitam aparecer a estranhos. Pena!
Ao
fim da tarde regressámos a Wollongong. Á noite tencionávamos ir jantar a um
Clube português, onde, segundo constava, havia um buffet fantástico e por 50
dólares cada pessoa. Demos uma volta pelo arredor de Wollongong – Kemblawarra –
e quando chegámos ao Clube português, percebemos que o mesmo estava fechado (o
que estranhámos por ser sábado à noite) e fomos ver o que se passava. À porta
estava pesaroso, o presidente da colectividade, lamentando-se e pedindo
desculpa, mas tinham tido que encerrar uma vez que o cozinheiro se demitira!
Coisas à portuguesa! Não havia plano B e ninguém terá aparecido para desenrascar
uma solução airosa!
Acabámos
por ir jantar a um restaurante chinês e depois do jantar fomos ver um filme
espanhol – “Volver” – com a Penélope Cruz. Embora fosse supostamente um filme
de qualidade, realizado pelo famoso Pedro Almodovar, achei-o aquém das
expectativas porque se colocou um drama do século XIX nos parâmetros do século
XX, dando um ar de gente atrasada aos personagens focados no referido filme.
Aliás, no final, o Peter perguntava-me se de facto a história era possível de
ter acontecido na Espanha do século XXI... Tive que lhe dizer que o filme foi
sobretudo feito a pensar no público norte-americano que papa tudo sem revelar
sentido crítico!
Depois
ficámos, madrugada fora, a conversar sobre Portugal e a Espanha, sobre a colonização
de uns e de outros e já alta madrugada referi o célebre Acordo Ortográfico e
sucintamente expliquei a ideia da “coisa”! O Peter achou a ideia mais absurda,
patética e bizarra que alguém poderia ter no sentido de alterar a língua
original, para amenizar as naturais diferenças do português falado noutras
latitudes! Obviamente concordei, lamentando-me mais uma vez das vistas curtas
de alguns idiotas que por terem sido eleitos se acham donos da vida e da
dignidade de quem os elegeu!
Felizmente
que não estou só neste meu raciocínio e há muito mais quem não aceite este
“acordo” horto-gráfico – esta
a designação por que optei mencionar a medida peregrina! Recuso-me a alinhar
que nem um carneiro só porque se legislou um disparate.
Mármore
Há
dias, frequentando os meios dos emigrantes portugueses radicados há muitos anos
em Sydney, perguntava qual era o actual grande negócio a que se dedicavam os
nossos emigrantes. A resposta veio pronta – importação de mármore! Excelente,
adiantei. Mármore de Estremoz, é do melhor e lindo, muito procurado!
Pois,
respondeu-me o interlocutor! Era assim, mas depois a ganância matou o negócio!
Em Portugal começaram a querer praticar um tal preço que teve de se ir procurar
o mármore a outro lado! Então e agora de onde é que se importa o mármore,
perguntei. Do Iraque! Tão bom como o nosso e por metade do preço!
E
esta hein? (remataria o Fernando Peça)
Selecção
Nacional de Futebol
Já
fui abordado no sentido de tentar organizar-se uma vinda cá da Selecção
Nacional de Futebol.
Actualmente
o soccer (futebol) está a passar por uma fase excelente de imenso sucesso e de
grande implementação. O campeonato local está ao rubro e até se diz que na
próxima época o Beckham virá jogar para uma equipa local – o Parramatta FC
(aliás onde ainda vivo). Não sei se é verdade, ou sequer se é possível, mas
eles procuram desesperadamente incentivos para a prática do futebol.
Eu
bem expliquei que tal coisa é improvável porque para que tal fosse exequível, a
Selecção teria de se deslocar por cerca de um mês, o que nas condições actuais
seria impraticável, pelos custos e pelo tempo de ocupação dos craques
relativamente aos seus clubes de origem. Contudo eles argumentam que o dinheiro
poderia compensar organizando-se desafios nas principais cidades australianas.
E eles admiram o futebol português e consideram o Cristiano o melhor player in the world (suponho que eles
não saibam bem como o Cristiano vai abaixo quando joga pela selecção e não
saibam dos penalties que ele falha...)
Enfim,
pouco sei destes negócios e entretanto também não conheço ninguém ligado ao
futebol, com importância significativa para poder tratar destes assuntos. Se
alguém que leia estas Crónicas puder dar um jeitinho... a gerência agradece!!!
O meu mail é luisarriaga29@gmail.com
Saudades
Nunca
vos confessei verdadeiramente sobre as saudades que se sentem por cá!
Permitam
que vos confesse que são muitas, mas sobretudo são saudades que magoam, que doêm
por dentro, talvez pela distância e por se saber que não se pode aí ir todos os
anos e provavelmente por se não ter a certeza se alguma vez aí voltaremos!
Mal
comparado... é como se alguém emigrasse para Marte! Estamos a milhões de
quilómetros, a caminho de Júpiter e não dá jeito voltar à Terra. Despedimo-nos
dos amigos, da família, dos sítios, dos sabores, das pequenas coisas, dos
passeios e lugares favoritos e fica a sensação de que se não volta nunca mais.
Por outro lado, há uma imensa tentação para se ir acompanhando o mais possível
a vida do país... e também nesse capítulo as coisas são amargas e tristes...
O
Natal – que se aproxima e que será o meu 1º Natal à distância – é seguramente
uma daquelas datas marcantes, que realça os valores humanos, a solidariedade, a
família, e onde certamente a saudade (tão portuguesa aliás), se fará sentir com
mais ênfase!
Penso,
tento racionalizar e digo para mim – eh pá... é preciso atitude, coragem, não
és gato, nem cão, és homem e... um homem não chora!
Pois...
limpo as lágrimas que correm, pego no lenço para me assoar, fungo duas ou três
vezes e digo para mim – eh pá isto seria mais fácil se todos os meus amigos me
escrevessem com mais frequência, contando notícias, nem que fossem coisas
supostamente sem importância, banais, mas que aqui, a esta distância, são
notícias lidas com gosto e ansiedade, esperadas sempre desesperadamente e com
enorme avidez. E novas lágrimas me correm teimosamente face abaixo!
Fica
a sugestão. Por favor escrevam, nem que seja com notícias sobre a crise, sobre
o Passos Coelho, sobre o Sporting, Académica, Benfica, sobre o candidato do PS
à Câmara de Mafra – um conhecido meu de há vários anos – Eliseo Summavielle. (Então...
agora que me vim embora é que o Sumavielle vai a Presidente da Câmara?).
Mas
escrevam, é um acto de amor, direi até de misericórdia!!!
Um
destes domingos vai ser a Festa de Natal dos emigrantes portugueses. Vai
acontecer nas instalações do Museu Etnográfico do Emigrante Português. Vai
haver concursos, cantigas e especialidades gastronómicas da nossa terra. Wowww,
que bom! Eu e a Bianca já marcámos lugar. Tiro fotos e vou inclui-las na
próxima série.
Multiculturalidade
Nós,
portugueses, ainda não estamos muito familiarizados com o assunto e talvez até
nos custe um pedaço admitir a multiculturalidade, por razões culturais,
históricas, por hábitos antigos, sei lá...
Mas
a verdade é que julgo não me enganar se vos disser que o mundo está a caminhar
para um imenso melting pot, em que
todos os credos, religiões, “raças”, cores, proveniências, se irão misturar e
cruzar, globalizar numa imensa amálgama cultural única, e nessa altura
discutir-se-á se as fronteiras realmente se justificam.
Para
já, gostaria de relevar que “raças” humanas há só uma: a raça humana. O ser-se
negro, branco, amarelo, azul às riscas, são variantes de uma mesma raça. Tenho
verificado que muito poucos pormenores nos separam. Somos todos tão iguaizinhos
nos temperamentos, nas reacções mais primárias, na maioria dos costumes, até
nos hábitos alimentares! Temos os mesmos medos, nascemos e morremos da mesma
forma, comemos, dormimos e amamos uns como os outros!
Não
se justificam as guerras e as questiúnculas, em que, ao longo da História, o
Homem se tem envolvido, por vezes em nome de Deus, o que julgo ser um tremendo
engano – Ele seguramente preferiria que os Homens se entendessem todos em Paz e
Harmonia!
O
maior valor da Austrália, o motivo principal da sua riqueza e da harmonia que
aqui se vive, é realmente (e não haja dúvidas) a Multiculturalidade. A Bianca
tinha razão quando, ainda em Portugal, me repetia isto à exaustão!
Já
me vou habituando e não imaginam como é interessante olharmos à volta por
exemplo num supermercado e de repente percebermos pelo aspecto dos
circunstantes, que provavelmente estão ali tantas proveniências diferentes,
quantas as pessoas que nos rodeiam. Algumas falando ao telemóvel línguas
absolutamente estranhas, e todas se compreendendo, todas se cumprimentando,
todas se comportando civicamente sem problemas e com um sorriso que se reparte com
satisfação e simpatia. Finalmente a Torre de Babel!
Perto
de nossa casa existe um formidável Templo Hindú, muito bonito e sempre
magnificamente iluminado. Não resisti e fui fotografá-lo uma destas noites.
Podem consultar o flickr.
Aliás,
nesse aspecto Lisboa mete inveja a muitas outras cidades europeias! Também
temos um magnífico templo hindú perto do Hospital da Força Aérea (nos Paços da
Rainha), com uma linda e enorme estátua de Ghandi nos jardins avistáveis de
fora – quem quiser dar um passeio de carro pela zona, poderá conhecer o local e
comprovar o que aqui escrevo. Para os mais afoitos fica a sugestão de lá se
almoçar, num piso do próprio templo existe um restaurante indiano (vegetariano)
e onde se come muito bem e muito barato. Vale a pena ir e visitar. Não sei se
fecha aos domingos, se às 2ªs feiras. Estaciona-se a viatura na cave e há
acesso fácil ao piso do restaurante.
Lisboa
é também a única cidade do western
(ocidente), onde existem duas estátuas do Mahatma Ghandi – uma, onde já referi
e outra no Restelo, para quem desce a Av. Vasco da Gama, fica à esquerda – está
meio escondida, é uma estátua pequenina, mas graciosa. Os indianos valorizam
imenso esse gesto cultural que nos distingue e promovem exactamente que fóra da
Índia, Lisboa é o único local onde existem duas estátuas desse formidável
lutador pela Paz no mundo! Sou um confesso admirador de Ghandi!
Festa
de Natal do Museu Etnográfico Português
Foi
no domingo passado que passei, à rua onde era a casa da mariquinhas, e está
tudo tão mudado, que não vi em nenhum lado, as tais janelas que tinham
tabuinhas...
Eu
também estava à espera de um ambiente “pimba” e de nostalgia... e fui
surpreendido com uma presença muito digna, casa cheia, muito nível e uma festa
de natal à portuguesa, com declamação de poemas, cantigas (de natal e não só –
temas de Paco Bandeira, Zeca Aonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire,
Trovante, etc), houve exposição e leilão de bolos caseiros portugueses, e até
uma actuação de uma jovem cantora portuguesa, profissional, filha de
emigrantes, ainda em início de carreira, mas a fazer lembrar a Nelly Furtado.
O
nome dela é para fixar. Esta miúda vai fazer carreira – Sónia Rocha.
A
convite, acabei por fazer um pequeno discurso em que apelei à solidariedade com
os portugueses que estão lá longe a viver na pele a crise e o destino de se
sofrer esse fado de ser lusitano e a Bianca também participou activamente na
medida em que foi juri do concurso de bolos e foi quem ficou encarregue de
exibir os bolos sujeitos a leilão para captação de fundos para a manutenção
desse formidável Museu Etnográfico Português, onde se mostram os nossos
hábitos, onde se divulga a nossa cultura, e para onde a generalidade dos
emigrantes de Portugal neste continente deixa um variado legado de bens
pessoais quando a vida chega ao parágrafo final...
A
festa que teve saudade, mas não foi piegas, começou às 2h pm e terminou, como
previsto, às 6h pm.
Para
além de muitos portugueses, estavam também italianos e brasileiros.
Adorei!
Prémio
Nobel da Paz
Hoje
mesmo, em Oslo, será entregue o Prémio Nobel da Paz à União Europeia! Lá
estarão os seus dignitários, entre os quais Durão Barroso, meu ex-colega de
faculdade, ex-dirigente do MRPP, (em minha opinião, um canalha do pior...), recebendo
o distinto galardão.
·
Em Anexo explico porque considero o
Durão Barroso um canalha do pior!
Lamento
mais esta precipitada atribuição de tão famoso prémio que supostamente
distingue e premeia a entidade, ou indivíduo, que ao longo do ano subsequente
tenha envidado maiores e mais relevantes esforços para a imposição, ou
manutenção da Paz!
Já
há quatro anos eu lamentara a atribuição da mesma distinção, na altura ao recém
eleito (e praticamente então de todos desconhecido), Barak Obama, na época
acabado de ser eleito presidente da república norte-americana. Na ocasião
escrevi num Editorial da Folha do Café, que achava tal nomeação um acto de
oportunismo ridículo que profanava a essência de tão distinto prémio, que
anteriormente distinguira já relevantes nomes como a Madre Teresa de Calcutá, Nelson
Mandela, El Baradei, Ramos Horta, UNICEF, Martin Luther King, Sakharov,
Gorbatchev, Médicos Sem Fronteiras, Shimon Perez... e tantos mais!
É
muito discutível (no mínimo), que o júri do Nobel da Paz volte a eleger uma
instituição que tem contribuido muito mais para o desassossego e revolta, para
o desespero e pobreza, que para a harmonia e para a paz! Se porventura queriam
justificar o prémio atribuído pela quantidade de anos sem guerra que a Europa
atravessa, então impunha-se que, no mínimo a atribuição do Nobel fosse
partilhada com a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN), que
estranhamente nem sequer foi referida no preâmbulo da atribuição do presente
Nobel de 2012 – uma injustiça que, em meu entendimento, desqualifica e desprestigia
a restante composição dos galardões desse benemérito que decidiu criar um
prémio especificamente para os mais distintos “construtores” da Paz no mundo.
Refiro
só que Alfred Nobel foi o inventor da nitroglicerina e mais tarde, procurando
encontrar forma de tornar a composição química mais manipulável para efeitos de
utilização na engenharia civil, juntou-lhe uns quantos compostos e inventou e
passou a fabricar a dinamite. Ele era sueco, mas quando criou os prémios Nobel,
decidiu que a atribuição do Nobel da Paz coubesse a um Júri da Academia
Norueguesa (Oslo), razão pela qual, todos os outros prémios Nobel são atribuídos
em Estocolmo, mas o da Paz, cabe ao referido Júri norueguês e é entregue em
Oslo.
Jacinta
Saldanha
De
repente, este nome português (de proveniência goesa), passa para a ribalta aqui
na Austrália, sendo notícia de abertura de todos os telejornais!
Ela
foi a enfermeira de um hospital londrino que se suicidou na sequência – diz-se
– de uma brincadeira estúpida e de absoluto mau gosto de um “par de jarras” de
Sydney, animadores de um programa de uma rádio local,(2Day FM – leia-se Today),
que, supostamente para fazerem humor, se socorreram de um estratagema idiota de
telefonarem para um hospital londrino e fazerem-se passar pela Rainha Isabel
II, imitando-lhe a voz e querendo saber notícias da princesa que acabara de ser
internada para fazer exames, (Kate Middleton), vindo a anunciar-se que a mesma
estava grávida. Na sequência de tal “brincadeira” a enfermeira de 46 anos,
talvez não suportando a ideia do escândalo que inadvertidamente havia aberto,
terá (consta) cometido suicidio.
Neste
momento todos discutem se a rádio deve ser suspensa, se deverá continuar a
emitir mas com os tais “animadores” suspensos, se os “engraçadinhos” devem ser
extraditados para Inglaterra para julgamento, enfim, um pandemónio por causa de
uma atitude irreverente e estúpida, impensada e infantil e com terríveis
consequências.
Não
quero aqui fazer juízos, que os guardo para mim, mas de alguma forma lembrei-me
de imediato das parvoíces que alguns ditos humoristas sem inspiração nem
dignidade, gostam de fazer, provocando pessoas e profissionais (de qualquer
ramo), fazendo “brincadeiras” absolutamente fora de contexto e que deixam
marcas e levantam muitas vezes grandes problemas. Lembrei-me dos gatos
fedorentos, que também há anos atrás, e com enorme repercussão mediática, decidiram
publica e abusivamente fazer humor com trabalho desenvolvido por mim, (e por
outros), socorrendo-se de som e imagem que ilegitimamente usaram fora do
contexto, para abandalhar e criticar sem sentido, ofendendo e manchando a imagem profissional
de quem tem muitos anos de comunicação social. Na altura revelei a minha
contrariedade e a minha revolta, mas, como de costume, tal destempero ficou
impune. Hoje, um deles, o Ricardo Pereira, é um persona grata do sistema e continua a dizer os disparates que quer
e lhe apetece, sem que nada suceda. Os outros, desapareceram, esfumaram-se na
vã glória do sucesso efémero e volátil...
Cá
como lá, lá como cá, há sempre uns engraçadinhos idiotas que, não sabendo fazer
humor sem amachucar os outros, entendem que a dignidade pessoal não interessa e
o que importa é o êxito fácil e imediato da maledicência, n’importe quoi.
Honra
seja feita ao já desaparecido Raul Solnado e ao meu amigo pessoal Nicolau
Breyner! Estes sim, artistas inspirados e dignos!
11
de Dezembro
Hoje
é dia de anos da Bianca! Completou 47 anos e teve de ir trabalhar, as usual, mas no próximo fim-de-semana
aproveitaremos para nos desforrar e, de uma forma, ou de outra, iremos
comemorar (e namorar).
Alguns,
mais curiosos, perguntam-me a que horas a Bianca sai para o emprego. Bom, a
vida cá tem horários diferentes dos daí... A Bianca levanta-se às 6h.30 da
manhã (no Verão é dia desde as 5h) e sai de casa às 7h.30, para chegar ao
emprego às 9h! Praticamente tem 15 minutos para almoço (o habitual por cá...) e
depois sai, uns dias às 5h.30 pm, outros dias às 6h pm, ou mais tarde, conforme
a conveniência dos serviços.
Também
hoje, recebemos os parabéns dos amigos Estela e Fernando Ferreira, que nos
anunciaram vão partir na próxima semana de férias a Portugal.
Dos
muitos amigos de Portugal, recebemos um simpatiquíssimo mail do João Paulo
Diniz!
Fim
do Ano e Mudança de Casa
Conforme
previsto, vamos mudar de casa no final de Dezembro e tão logo possa, dar-vos-ei
a nova morada. Em princípio vamos mudar para North Sydney, do outro lado da
baía de Sydney, isto é, do lado de lá da célebre ponte de Sydney Harbour (a
ponte do porto de Sydney), que é (eu só o soube cá), a ponte mais larga do
mundo, com oito faixas de rodagem em dois andares de tráfego rodoviário e de
combóio.
A
Bianca merece que a gente se mude para um local que fique mais próximo do local
de trabalho dela e já que leva 1 hora e meia em transportes para lá e outra
hora e meia em transportes para cá, mais o dinheiro gasto na gasolina (até à
estação de combóio) e no “passe” do combóio (cerca de 200 dólares por mês –
mais ou menos 40 contos – 200 euros), a mudança será também uma excelente
medida económica.
Andamos
a ver casas, em especial apartamentos, e de momento só temos de escolher entre
duas ou três hipóteses.
Entretanto,
já decidimos não passar a noite de fim de ano na CBD, isto é, na baixa de
Sydney, onde o ano começa (como se vê sempre nas televisões) com um fabuloso
espectáculo de fogo de artifício, pois este ano espera-se muito calor, o que
significa milhares e milhares de gente e a maioria com grandes bebedeiras...
E
como não suporto bêbados, nem estou para aturar bebedeiras (ainda por cima em
inglês...), achei óptima a sugestão da Bianca de se procurar uma alternativa...
quanto mais não seja em casa, calmamente a ver televisão... quem sabe a ver a
emissão da RTP, 11 horas mais cedo, isto é o noticiário das 13h de Lisboa, que
normalmente abre com o locutor de escala a dizer “O ano já entrou na Nova
Zelândia , nas Samoas e em Sydney, onde mais uma vez, o fogo de artifício
inundou a baía de Sydney com um magnífico festival de milhares de efeitos a que
assistiram milhares de pessoas que festejaram a entrada do ano gritando e
dançando ao ritmo de Carlos Santana...”
Pois...
em princípio ele vem cá assistir e actuar à entrada do 2013!
Volto
a dar notícias no meio de Janeiro, quando já estivermos devidamente instalados
na nossa casinha!
Beijos
e abreijos. “Inté”
Luis
Arriaga
Sydney a 22 de
Dezembro de 2012.
ANEXO
Porque considero o Durão Barroso um
canalha do pior...
Fui
colega dele nos anos 70 na Faculdade de Direito em Lisboa.
Nessa
altura, estudantes universitários, com cerca de 20 anos, é suposto que já temos
a nossa personalidade formada, já somos adultos, já sabemos o que queremos da
vida, já temos uma noção forte do que queremos ser e fazer. Já se é o que hoje
somos...
Pois
este traste, hoje do PSD e Secretário Geral da União Europeia, dirigente de
destaque nesta Europa doente, era acérrimo militante comunista de
extrema-esquerda, do MRPP, defendia cegamente a entrega do poder político às
classes operárias, defendia a chamada “ditadura do proletariado” e achava que a
Albânia, cujo dirigente era o ditador sanguinário Enver Hoxa, era o melhor dos
dirigentes e sendo Tirana a capital desse horrível e paupérrimo país, com uma
só rua alcatroada, ele achava que Tirana era o melhor dos locais para se viver,
considerava a Albânia o modelo político da democracia e ambicionava ter um dia
o poder para transformar todo o ocidente numa grande Albânia...
Pelos
vistos, acreditaram nele e agora está mesmo a transformar a Europa,
arrastando-a para o desfiladeiro, o modelar exemplo albanês...
Durão
Barroso era destacado dirigente estudantil do MRPP, cujo grupelho estudantil
era conhecido por “Ousar lutar, ousar vencer” e atacava preferencialmente os
estudantes ultramarinos, acusando-os (só aos brancos...) de serem colonialistas
e racistas, ignorando todas as razões que lhe pudessem ser apresentadas,
perseguindo-os, forçando com ameaças a que alguns deixassem de ir almoçar à
cantina universitária, fazendo-os passar fome, uma vez que o dinheiro disponível
não dava obviamente para que nos socorressemos dos restaurantes
existentes.
Do
mesmo grupo fazia parte uma tipa horrível, feia e complexada, actualmente muito
famosa e que também se farta de “cagar sentenças” – a Maria José Morgado –
agora viúva de um fiscalista que também foi dirigente do MRPP, Saldanha
Sanches, outro filho de puta maoísta, que organizava assaltos e sequestros a
estudantes e empresas, falso proletário, menino rico, de famílias abastadas.
Mais
tarde, este “distinto” dirigente proletário, Durão Barroso, (daqueles que vão
tão à frente da classe dos trabalhadores, tão à frente, tão à frente... que as
classes trabalhadoras já nem o vêem...), aparece no PSD, o que, segundo alguns
íntimos dele confessam, vai servir para manipular e desestabilizar o Partido
Social Democrata.
A
verdade é que vai impunemente fazendo carreira por lá, é apadrinhado pelo
actual presidente da república Cavaco Silva, junto de quem se insinuou, vai
trepando, vai subindo e a certa altura, é nomeado Ministro dos Negócios
Estrangeiros, obtém apoios consideráveis e após uma crise, decide candidatar-se
com explícito apoio de outros ex-militantes do MRPP – que entretanto haviam
tomado de assalto o aparelho do PSD – ao cargo de 1º Ministro, caso o PSD
ganhasse as eleições.
Assim
acontece, e a história recente é conhecida por todos: após estar como 1º
Ministro, não fez a ponta de corno e a dado passo abandona o governo, deixando
o país numa situação caótica, somente para que todos suportássemos a ascenção
da sua carreira na União Europeia, onde através de manobras de igual teor
internacionalista (de antigos dirigentes europeus provenientes, como ele, de
partidos de extrema esquerda), é eleito para o cargo que ainda hoje
vergonhosamente desempenha na União Europeia.
Em
Portugal, sucede-lhe o playboy Pedro Santana Lopes, inexperiente e
incompetente, que na primeira ocasião de aflição não se aguenta e permite ao
presidente Jorge Sampaio, (também ex-comunista do MES), correr com ele e convocar
eleições antecipadas, que abriram a porta ao corrupto e escandalosamente
incompetente Sócrates, que após seis anos de péssima governação deixou Portugal
absoluta e inequivocamente de rastos...
Veja-se
bem a perversão das manobras maquiavélicas a que o país esteve sujeito estes
anos, só por influência directa desse canalha do Durão Barroso, que é de facto,
quem está na génese de toda a tramóia montada.
Para
ele não existe senão o seu imenso ego, a sua tremenda ambição e a sua destemida
coragem para enfrentar e enganar seja quem for para levar os seus objectivos pessoais
por diante, não hesitando em mandar calar, anular ou até fazer desaparecer,
quem ouse opor-se-lhe!
O
próximo passo vai ser a sua nomeação para Secretário Geral das Nações Unidas,
após a saída (no próximo ano), de Bank Hi Moon, o sul coreano que não está a
fazer um lugar muito desejável e que não será reeleito, mesmo que se candidate
à reeleição...
Haverá
vários candidatos, mas Durão Barroso já fez constar que pretende apresentar a
sua candidatura para o lugar. A sua ambição é desmedida.
Mas...
já existe muita gente informada e convém prosseguir esta ingente tarefa de ir
informando o maior número possível de pessoas, mesmo que nos pareça que cada um
possa não ter influência alguma no processo.
Os
americanos e os australianos já o conhecem, já sabem quem é este traste e
certamente aparecerão outros candidatos com mais fortes apoios e melhor
posicionados para tolherem o caminho a este rapazinho tão arrogante e
ambicioso.
A
terminar, permitam-me que vos conte uma “estória” vivida pessoalmente comigo e
com esse bandalho que detesto, que dá pelo nome de Durão Barroso.
Houve
um tempo em que a corja do MRPP tomou de assalto a cantina universitária e na
ocasião proibiram a entrada nela dos universitários ultramarinos (só dos
brancos, claro...) e chegaram ao ponto de sequestrarem alguns desses
ultramarinos brancos a quem efectuaram um “julgamento revolucionário”. Chegaram
a mandar das varandas do 1º andar um desses estudantes, hoje Juiz.
Ele
partiu uma perna e apanhou um cagaço que nunca mais apareceu na cantina e
interrompeu os estudos durante dois anos.
Corria
o intrépido ano de 1975!
Eu
era dos mais afoitos e embora a namorada de então se tivesse disponibilizado
para que eu fosse almoçar ao Colégio das Doroteias (só para raparigas...),
perto do Estádio José Alvalade, eu decidi enfrentar aquele gang de bandidos e
(com outros igualmente destemidos ultramarinos), cá de fora das instalações da
cantina universitária chamávamos todos os nomes aos palhaços do “ousar lutar,
ousar vencer”. Tinhamos um discreto apoio da Juventude Comunista do PCP – a
UEC! Esses tinham arranjado um epíteto ao Durão Barroso – o “potente olhar” –
uma vez que ele tinha um defeito no olho esquerdo, de que já foi operado na
Suissa – era um olho torto, pelo que os “Ueques” o baptizaram, como já referi,
de “o potente olhar”.
Bom...
prosseguindo, de fora da cantina, lá íamos atirando umas pedras e proclamando
os nossos argumentos, enquanto lhes chamávamos nomes feios, dos quais “oh
potente olhar, és um filho da puta” era o mais suave...
A
dado passo, o Durão Barroso e seus apaniguados sairam da cantina, armados com
paus e facas e foram a correr atrás de nós.
Nesse
tempo, eu tinha compleição física e estava habituado a correr.
Partimos
em diferentes direcções, como recomendavam as regras africanas de fuga,
prejudicando assim a perseguição!
Eu
tive a sorte de ir por detrás da Faculdade de Direito (onde era colega dele) e
fui pelo mato (nesse tempo era mesmo mato, até à Av 28 de Maio, hoje Av.do
Movimento das Forças Armadas) e fui pelas “picadas”em direcção ao local onde
vivia – o Colégio Universitário Pio XII, na época dirigido pelo saudoso “Pias”,
o Padre Joaquim Aguiar.
Cheguei
à frente e subi de imediato ao quarto de esquina, no 1º piso, do colega de
medicina Jacques Pena (hoje médico distinto) e cujo hobbie era a modalidade de tiro com espingarda.
Aliás,
ele chegou a representar Portugal nuns Jogos Olímpicos na modalidade Tiro!
(acho que em Moscovo, não me lembro em que ano... talvez 1980???).
Eu
sabia onde o Jacques guardava as armas e quais as que estavam com munição! Fui
para a janela do quarto dele e ainda assisti à chegada dos meus perseguidores,
entre os quais esse canalha do Durão Barroso!
Eram
três ou quatro que vinham atrás de mim, dado que eu era um destacado inimigo e
dos mais enfurecidos... Se me tivessem apanhado... eu era para abater... (provavelmente
hoje estaria morto...).
Quando
considerei que estavam à distância regulamentar comecei a disparar e creio até
que o Durãozinho levou com umas quantas chumbadas naqueles cornos!!!
Evidentemente
que a coragem revolucionária deles cessou de imediato e os “destemidos” “perseguidores
do proletariado”, viraram 180º e puseram-se a cavar dali antes que a coisa
azedasse mais ainda!
Até
hoje, recordo com emoção e orgulho pessoal, ter sido provavelmente o único
português a balear com verdadeira intenção e ainda hoje não me arrependo de tal,
só lamentando não o ter anulado para sempre....
Agora
já perceberam o amor que lhe tenho?
Luis
Arriaga –
Sydney, aos 22 de Dezembro de 2012
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