segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CRÓNICAS do Fim-do-Mundo 6 - A Rádio de Portugal

Confesso que nunca a ouvi e não sei se é de boa, ou má qualidade! E não a ouvi, não por má vontade, mas porque é audível unicamente por internet, mas em lugar de ser de sintonia gratuita, imagine-se, tem de se pagar uma valente taxa anual – resultado: ninguém a ouve! Não só porque é pouco usual escutar-se rádio por internet (há quem o faça, mas não é prático, nem comum), mas ainda por cima a ter de se pagar...


Contudo, procurei contactar o responsável, o dono da Rádio de Portugal, aqui em Sydney, um tal Ilídio Teixeira. Falei com ele ao telefone, disse-lhe quem era e que gostava de o contactar pois poderia de alguma forma colaborar e acrescentar uma mais-valia às suas emissões. Combinámos dia e hora.
No respectivo dia, levantei-me às 5h30m da madrugada, dada a distância enorme a que tudo fica aqui de tudo e a Bianca levou-me lá para que eu não falhasse tal encontro.

Quinze minutos antes das 10h já eu estava à porta da emissora – um bêco escuro e com mau aspecto, num bairro pobre e de difíceis acessos. Esperei até às dez horas e então decidi ligar pelo móvel para o tal Sr. Ilídio Teixeira a avisá-lo que já ali estava, uma vez que a rádio nem campainha tinha à porta! Atendeu-me à 2ª tentativa e disse-me que não estava, porque tivera de se deslocar a um cliente e que lá iria estar o dia todo. Insisti que o encontro estava combinado para  aquele dia e aquela hora e então o desatento Sr. Teixeira prometeu que a seguir ao almoço talvez estivesse de novo pela rádio e na ocasião me ligaria para se recombinar novo encontro.

Disse à Bianca que em Portugal as pessoas nem sempre estão atentas às horas, não são pontuais e que estas faltas de educação não assumem a importância que assumem nos países anglo-saxónicos. Ela protestou e com razão, eu sorri e disse-lhe que nem sequer acreditava que o homenzinho me voltasse a ligar!

Oh! Só não acerto nos números da lotaria! Há mais de um mês que esta cena se passou e até hoje... nem um telefonema, nem a atenção de uma desculpa, nem um Sms, nada! Coisa nenhuma!

É assim a Rádio de Portugal em Sydney! Lamento ter de vos contar isto, mas a imagem de Portugal cá, é deveras rafeira, rasteira e desvalorizada. Porquê? Por causa de tipos como este, por causa da total falta de apoio do governo português, por causa de uma política de total abandono a que culturalmente se vota os nossos emigrantes. Pelo somatório de todas essas circunstâncias.

De Portugal, aqui só se conhecem meia-dúzia de nomes do fado, a fama do velho ditador Salazar, o Eusébio e agora mais recentemente o Cristiano Ronaldo, que vem referido de cada vez que marca um golo ao serviço do Real Madrid. Os mais desatentos, ou pouco ligados ao soccer (futebol), até acham que ele é espanhol...  

É realmente muito pouco para uma nação que tanto deu ao mundo e que tanto fez e lutou pela Humanidade. É muito curto para quem já foi tão grande! Por isso estou cada vez mais convencido que, à semelhança de outros grandes impérios da antiguidade, como a Pérsia, a Grécia, a Roma antiga, etc., tambémPortugal está decadente e no fim dos seus tempos. A glória já se foi, qualquer dia seremos despojados da dignidade e restar-nos-á afirmarmos que somos ibéricos e que con salero, hablamos el castellano!    

Lamento amigos. Lamento mesmo profundamente esta queda sem remissão!

E a culpa não é do Sócrates, ou do Passos Coelho – esses são simplesmente os agentes funerários de serviço...

Feira de Macau

Em Sydney, há sempre motivos para se festejar e são constantes as exibições que divulgam este e aquele local, promovendo-se o turismo. Desta feita foi Macau quem marcou presença, num dos locais mais distintivos desta bela cidade.

Eu e a Bianca lá fomos ver Macau pelos olhos dos actuais cidadãos desse antigo protectorado português.

Gostámos e até concorremos a um prémio de dois bilhetes de ida e volta com estadia em Macau em hotel de cinco estrelas. Gostei de ver que o símbolo do Gabinete de Turismo de Macau mantém as cores do pavilhão português, gostei de ver que convidaram um Rancho Folclórico português para animar a festa, gostei de ver que se promovem as pérolas arquitectónicas que lá deixámos como marca de uma presença de cinco séculos de história e gostei de ver que Goa se associa e mantém a legítima portugalidade a que nos habituámos a ter... de parte a parte!

Não gostei nada de ver que numa das tendas de Macau se anunciasse a Casa do Chouriço, escrito em castelhano e apresentando (como se vê nas fotografias que tirei), as especialidades tão tipicamente espanholas como se Macau tivesse sido colónia espanhola! Tive pena, até porque a colonização portuguesa sempre se demarcou do estilo violento e segregacionista da colonização espanhola e tal confusão não honra a nossa memória.

Pena!


Catbury

Todos conhecem o meu amor e a minha paixão por gatos. Todos sabem como lamentei não ter podido trazer para Sydney a minha gata Kitty, que ficou (e bem) com a minha amiga Carla Santos que a estima e acaricia, como lhe pedi. Não trouxe a Kitty, porque infelizmente o período de quarentena é aqui de sete meses, o que é uma violência que no caso de determinados animais (o caso dos gatos domésticos, por exemplo), lhes pode ser fatal.

Eu compreendo que as autoridades australianas façam isso para desmotivar os donos de gatos de os trazer para cá e eventualmente os abandonarem – coisa que infelizmente sucede com alguma criticável frequência e que tem motivado desequilíbrio ecológico, na medida em que os gatos, não tendo aqui predadores, têm acabado com algumas espécies naturais, como os casos de determinados passarocos indígenas que se extinguiram por via da acção predadora dos felinos.

Mas sete meses... é demais! Isso representa em termos humanos algo como quatro anos de reclusão e afastamento dos donos, sem conhecimento dos motivos do “castigo” e sem que haja possibilidade de recurso da “pena” imposta!

Enfim, perante a enormidade, eu decidi não trazer a Kitty (que está bem, felizmente e se habituou à nova família) e entretanto, aqui em Sydney adoptámos um gato que deve ter sido abandonado e a quem baptizámos de Catbury... em homenagem aos deliciosos chocolates Cadbury. Ei-lo orgulhoso e feliz nas fotos  do blogspot:

  

The Senior

Quanto aos jornais portugueses... a mesma tristeza, a mesma insuficiência crónica, os mesmos males, os mesmos vícios, a mesma falta de qualidade! E o que é mais triste, é que se acham satisfeitos, não querem mudar, não consideram que valha a pena evoluir! Panorama decrépito, sobretudo quando se compara com o que se passa com outras “colónias” emigrantes, em particular espanhóis, franceses e sobretudo italianos – deveras os mais prestigiados e eficazes de todos.

E por falar em jornais, há dias, passeando em Parramatta, deparei-me com uma publicação semanal com a dimensão do nosso Expresso e com o título The Senior. De distribuição gratuita, peguei nele e folheei-o com interesse, admiração e inveja...

Um jornal com magnífica qualidade gráfica, editorial e com muitíssima publicidade, especialmente elaborado para a chamada Terceira Idade, isto é, os que têm mais de 65 anos e que são, na maioria dos casos, quem tem maior disponibilidade temporal e que ainda detêm poder de compra efectivo. Excelente ideia que bem poderia ser explorada entre nós! Não digo a nível concelhio, mas a nível nacional.

Fica a sugestão para amigos como o José Jorge Letria, o Jorge Carnaxide, o JoãoPaulo Diniz, que são personalidades inteligentes, que sabem escrever e têm gosto nisso, tipos cultos, com iniciativa e sentido comercial. Take a chance...      


Os meus “diabretes”

Sei que se escreve Diabetes, mas eu resolvi chamar-lhes “diabretes”! Eles continuaram a sua contínua actividade de degradação da minha saúde e não foi por me ter mudado para a Austrália que iriam abrandar...

A Bianca, sempre preocupada decidiu (e quem seria eu para a contrariar), levar-me a um médico local. Aliás, tal medida não só se revelava conveniente por questões profiláticas, mas também a Emigração australiana exigia um Relatório Médico local – não aceitam relatórios feitos por médicos estrangeiros, sejam eles de onde forem... – lá terão as suas razões...

Fomos à baixa (CBD) e num edifício daqueles com 70 ou 80 andares, entrámos numa clínica particular, dirigimo-nos à recepção e dissémos que ali estávamos para que eu fosse consultado por um médico – há permanentemente vários médicos de serviço e que atendem por ordem de chegada os diversos pacientes, não havendo necessidade de marcação prévia.

Calhou-me um médico de origem chinesa, um tal Dr. Hilton Lowe, que pacientemente escutou todas as queixas e relatos feitos por mim e pela Bianca, que atalhava para um melhor entendimento do meu inglês macarrónico. Claro que o foco da maleita eram naturalmente os Diabetes!

Ao contrário da medicina praticada em Portugal, em que o médico atalha com um ataque específico à doença em causa, como se a doença não estivesse ligada a todo um sistema global, este Dr. Hilton, mandou-me fazer análises e disse-me que voltaria a consultar-me logo após!

Pensei: bom... vou ter de voltar cá outro dia e perder tempo...

Nada disso! As análises foram feitas de imediato no mesmo consultório e os resultados foram dados de imediato, (meia-hora depois), para que a consulta subsequente prosseguisse ainda nessa manhã!
Wouau... aqui é realmente diferente!

Com os resultados na mão, o paciente Dr. Hilton Lowe, sorriu e disse-me que embora a medicina dos países do western (países ocidentais), não considerassem tal hipótese, muitas vezes as diabetes são possíveis de curar, ou reduzir, simplesmente reequilibrando os minerais existentes no nosso organismo. Segundo ele, era esse o meu caso, e seguindo uma estrita dieta alimentar, abandonando a maioria dos tradicionais medicamentos que trouxera de Portugal e tomando diariamente um reforço de vitaminas naturais, o equilíbrio perdido voltaria naturalmente a instalar-se, os índices de glicémia reduzir-se-iam e as diabetes regrediriam para níveis aceitáveis em cerca de seis meses.

Aviei-me de medicamentos nessa mesma clínica e embora deixando uma nota preta (... algo como cem contos, i.e. quinhentos euros...ao todo), lá me fui embora. Hoje, três semanas passadas, deixei de tomar 90% dos medicamentos que o Dr. Henrique Pedro me receitara, perdi sete quilos e as diabetes estão a baixar, estão a ficar controladas, estando na expectativa de deixar de ser insulino-dependente provavelmente daqui a cinco ou seis meses!

Um dos medicamentos mais agressivos que eu tomava – o mais consumido pela população portuguesa, o Omeprazol – para os refluxos, deixei de o tomar, simplesmente por acção dos suplementos vitamínicos que o Dr. Hilton Lowe receitou.

É uma pena que a medicina ocidental (os nossos médicos em geral) - com todo o respeito e admiração que lhes tenho – insistam em ver o paciente só na perspectiva mercantil e atacando a doença sem a preocupação de analisar o todo!

Mesmo que não fosse por mais nada... já teria valido a pena ter vindo à Austrália!
Estou grato à Bianca pela insistência em consultar um médico aqui em Sydney e ao Dr. Hilton Lowe que passou a ser o meu “médico de família”!

Senhora portuguesa

Quando fomos à clínica, para a consulta do Dr. Lowe, deixámos passar a normal hora de almoço, para não atrasar as voltas e eventualmente ter de voltar propositadamente à clínica e não almoçámos à hora do costume. Assim, decidimos comer qualquer coisa num “bistro” do lounge do edifício onde está instalada a clínica, escolhemos ao acaso um dos muitos balcões disponíveis e quando eu e a Bianca começámos a olhar para o que restava (já eram 15 horas e a hora de almoço já lá ia há muito...), íamos comentando o que viamos e hesitando entre este e aquele prato, ouvimos uma voz simpática que vinha de dentro do balcão: - “para este senhor que é português, o melhor é este prato!” Caímos de espanto! A sugestão era inaceitável (massa com carne de porco), mas achámos imensa piada e obviamente não resistimos a estabelecer um diálogo entre compatriotas! Ela trabalhava naquele restaurante, está na Austrália há mais de vinte anos, veio do Porto e acabou por sugerir uma salada deliciosa com vegetais e queijos!

De repente, aqui, ou mais ali, está sempre um português, saudoso da nossa língua e atento aos relatos que trazemos do que se vai passando na nossa terra! Nem todos falando correctamente um português já meio esquecido e que se mistura com o inglês, mas absolutamente perceptível! Do tipo “Ah eu estou cá about vinte anos, but I miss Portugal muito, muito. Sim gosto de estar em Sydney, it’s not bad, aqui ganha-se very well, já cá tenho a family, e não sei quando voltarei à terrinha!”

É emocionante e só passando por situações como a que relatei, é que se sente na espinha aquela saudade que dói por dentro e que se cala fundo para se não romper em prantos pela rua fora.

É que tudo isto é bonito e bom, mas a simples certeza de que se está do outro lado do mundo, a mais de 20.000 quilómetros, e se não pode voltar senão daqui a uma série de anos, porque as viagens são caras e porque a vida não permite que todos os anos se possam tirar férias de quatro, cinco, ou seis meses, tudo isto contribui para que a marca da tradicional saudade portuguesa se sobreponha à racionalidade e nos inunde os olhos de lágrimas com o sal do mar de Portugal, como referia Fernando Pessoa...


Sopa à Portuguesa

Por cá, os costumes gastronómicos são diversos, mas regra geral, come-se muita verdura e existe o hábito de quase os não coser, dando-lhes somente uma ligeiríssima fervura e os vegetais são deglutidos quase crus, para lhes manter as propriedades e o sabor!

Com a multiplicidade de culturas e hábitos alimentares tão díspares, volta e meia assaltam-me as recordações da boa cozinha à portuguesa e de alguns pratos que registei na memória do palato e do estômago lusitano! Não protesto, que seria indelicado, mas penso “caramba, aquela sopa de peixe da Maria José, eh pá e aquele bacalhau à Zé Pinheiro, eh pá que saudades, e o peixinho da Parreirinha...”

Há bem pouco tempo decidi aventurar-me na cozinha e escolhi para uma primeira experiência gastronómica confeccionar uma Sopa de Alho francês!

Eu, que nunca cozinhei coisa nenhuma e nunca tive o gosto dos cozinhados, ali estava armado em cozinheiro, perante a expectativa criada entre os membros da família de filipinos com quem partilhamos a casa! A Bianca estava admirada com o meu atrevimento e os filipinos (que são, como os portugueses, amantes de boa cozinha), estavam naquela – bom vamos ver que coisa vai desarrincar este tuga que fala das sopas à portuguesa! Aqui, quase se não come sopa e as poucas que se comem são orientais com os tais legumes quase crus, ou “crocantes” como preferem titular os pobres australianos que não fazem ideia de como sabe a boa cozinha portuguesa...

Resumindo, fiz uma sopa de Alho francês com cebola, batata, sal, azeite, que não bati no final, tendo preferido deixar os legumes quase inteiros e dando um toque final com um pedacinho de natas por cima da sopa já completa, à qual juntei coentros (esses sim, crus)! Bom... até choraram por mais! Escusado será dizer que agora, (bem me lixei), volta não volta, todos me perguntam quando é que faço outra vez the Portuguese Soup.   

Neve nas Blue Mountains

Para quem vive em Sydney, as Blue Mountains, são uma espécie de Sintra! É um passeio ali à mão de semear, a menos de cem quilómetros de distância. Casinhas sempre bem arranjadas, com chalés e paisagens de espantar, com quedas de água, especialidades gastronómicas, bolinhos, fotografias, sítios de eleição para a criançada brincar, locais românticos... Estão a ver o género, não é?

A 12 de Outubro, isto é, um dia antes do meu casamento, e no meio de um calor dos diabos, aconteceu o imprevisto – veio um frio inesperado, cortante, a temperatura veio repentinamente dos trinta graus para dez, onze!

Nas Blue Mountains nevou e o vento soprou de oeste fazendo a temperatura baixar brutalmente. Choveu e começámos a ver que todos os planos de vestimenta do casamento teriam de sofrer alteração de última hora!

Nobel da Paz à União Europeia

Também a 12, um frio me percorreu a espinha quando foi anunciada a atribuição do Nobel da Paz à Comissão que preside aos destinos da União Europeia. Engoli em seco e quando nada fazia prever a atribuição de tal prémio a gente como a senhora Merkl, Durão Barroso, e companhia, pimba... surge a notícia! Arre, não bastava já o frio das Blue Mountains, vem agora este raio desta notícia inesperada!

Achei injusto e sobretudo, depois da ignóbil, injustificada e inesperada atribuição (há dois ou três anos), do mesmo prémio, ao Barak Obama, só porque ele acabara de ser eleito presidente dos Estados Unidos, eu estava por tudo! Ainda bem que já não era vivo o Bin Laden... Um destes anos correríamos o risco de o ver laureado com o Nobel da Paz...

Confesso que deixei de perceber quais os argumentos válidos para a atribuição de tal distinção considerada unanimemente o título supremo da genialidade humana.

Como é possível equiparar a União Europeia nos seus esforços para a Paz com os desempenhos de Ghandi, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá, João XXI, ou o bom velho Mandiba, Nelson Mandela, etc.?
Insólito, incongruente, controverso, revoltante, perturbador... são adjectivos aplicáveis!


Com o Dr. Ramos Horta em Sydney
Ramos Horta

Por intervenção directa da Embaixadora da Boa Vontade, Drª Estela Ferreira, minha amiga, esposa do empresário português Fernando Ferreira, benemérito de Timor, residentes em Sydney, consegui que se marcasse um encontro para dia 16 de Outubro no Hotel Sofitel, com o Dr. Ramos Horta, dirigente timorense, laureado em 1996 com o Nobel da Paz.

O encontro foi marcado para as 9 horas e eu sabia que Ramos Horta era pontualíssimo e intransigente para com as faltas de pontualidade!

Ainda não eram 8h30m já eu estava no lobby do requintado hotel da baixa de Sydney.

Na mão levava o meu Ensaio sobre a “Avaliação Matemática da Conflitualidade entre Pré-Beligerantes” – base da minha Tese de doutoramento em Ciência Política – e a esperança em interessar aquele homem fascinante sobre a matéria em causa.

Esperava encontrar um homem cheio de importância e encontrei um homem simples e muito prático e humano, nada vaidoso, esvaziado de arrogância e daquela importância de que se vestem alguns políticos portugueses...

Pontualmente às nove horas ele desceu as escadas do hotel e abeirou-se de mim, cumprimentando-me como se nos conhecessemos há anos! E lá estivémos uma hora e meia à conversa sobre mil e uma coisas.
Depois de ter abandonado a vida política timorense, Ramos Horta quer contudo, abraçar outros projectos, a outra escala, dedicar-se na mesma à Paz, mas virando os seus esforços para a Ásia. Afinal o seu país, Timor-Leste, é um país asiático!

Estava em Sydney, talvez vindo prestar apoio visível à candidatura australiana para o Conselho de Segurança da ONU, cuja votação iría decorrer na 6ª feira dessa mesma semana.

Ramos Horta acabou por confidenciar que estaría interessado em ser eleito Vice-Presidente de um Comité para a Paz e Reconciliação dos Países da Ásia, comité que ele próprio ajudara a criar. Talvez com sede em Bangkok. E foi desenrolando comentários e descrições, “estórias” e projectos que teve a gentileza de partilhar comigo.

Fiquei a saber que aos 20 anos ele fora jornalista exilado pelo regime em Moçambique e foi destacado pelo jornal de Lourenço Marques – o Diário – ligado à igreja católica – para fazer uma entrevista ao então chefe do estado-maior general das Forças Armadas do território, General Kaúlza de Arriaga, responsável pela operação Nó Górdio, que estava na ocasião a iniciar-se no norte de Moçambique, numa fase em que a guerra colonial contra a Frelimo ganhava um novo fôlego estratégico. Contou-me que foi num avião militar, da Beira para Nampula e daí para Mueda (talvez) e que curiosamente acabou por, a seu pedido, entrevistar a bordo, o general que o recebeu com simpatia e total abertura, prestando todas as informações solicitadas. Ramos Horta quis saber se Kaúlza era meu parente, que laços nos ligavam e não teceu comentário nenhum que desvalorizasse o já falecido general, tantas vezes acusado de atrocidades e (quanto a mim injustamente) classificado de fascista. Pelo contrário, Ramos Horta teceu um rasgado elogio à memória do já falecido chefe militar.

Apreciou a ideia do meu trabalho, prometeu ir estudá-lo e depois dizer qualquer coisa, uma vez que o tema lhe interessava muitíssimo e seguramente a sua validade seria útil e teria aplicação prática no âmbito do Asian Comittee for Peace and Reconciliation.

Com o maior orgulho me prestaria trabalhar ao lado de Ramos Horta em Bangkok, ou em qualquer outra cidade, para a Paz e Reconciliação dos povos deste mundo, pondo ao dispor da Humanidade os frutos daquele meu trabalho científico, objecto de mais de vinte anos de pesquisas. 
Adorei conhecer e privar com esse expoente dos meus contemporâneos, o Dr. Ramos Horta.


Austrália no Conselho de Segurança

No final dessa semana decorreu a votação na Assembleia magna das Nações Unidas e, para surpresa de muitos, a Austrália foi mesmo  eleita para o Conselho de Segurança da ONU, por dois anos, fazendo agora parte do orgão supremo para o estabelecimento e manutenção da paz no mundo. São cinco os países com assento permanente nesse Conselho – os Estados Unidos, A França, a China, a Rússia e o Reino Unido (resultado ainda de decisões tomadas no final da 2ª Grande Guerra). A esses cinco juntam-se, de dois em dois anos, mais cinco outros países que são votados.

Sobre a Austrália pendeu sempre uma certa ideia de Crocodile Dundee (talvez devido ao estrondoso êxito que o filme fez), mas a verdade é que as pessoas têm, no seu íntimo, um pouco a ideia de que os australianos são todos como o herói da fita! E a Austrália de hoje é muito diferente! A Austrália dos dias de hoje é uma potência. O mundo percebeu finalmente e assim, países como a Finlândia e a Polónia saíram derrotados.

Os novos membros do Conselho de Segurança, para além da Austrália, são o Luxemburgo, a Argentina,  Coreia do Sul (de onde é aliás o actual Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon) e, surpreendentemente, o Rwanda!

Digo surpreendentemente, e acho que essa é que foi a notícia do dia, porque ainda há dez anos esse país pobre do leste de África foi testemunha de uma luta fratricida onde elementos da etnia Hutu chacinaram mais de um milhão de irmãos da tribo rival dos Tutsis.

A verdadeira notícia constituiu, portanto e a meu ver, a elevação do Rwanda a membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, conferindo a esse Conselho uma dimensão política arrojada e que não deixará de constituir uma gloriosa página na confiança que o Conselho confere aos seus membros designados. Fez-se História!

O que está em cima...

Há poucos dias recebi por mail uma mensagem interessantíssima de um homem de quem tenho o privilégio de me ter como amigo – o Coronel João Fernandes – Mestre Maçom, que na sua mensagem sob a epígrafe O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EM BAIXO, explicava de uma forma fechada, uma verdade esotérica que se consubstancia no facto de que não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada escondido que não venha a saber-se. Por isso, tudo o que vocês disserem na escuridão (TREVAS), será ouvido à luz do dia (LUZ), e aquilo que segredarem dentro de casa (TEMPLO) será apregoado em cima dos telhados.

Fazia ele, um oporttuno comentário à desastrosa acção dos nossos políticos em Portugal. Tomo a liberdade de a referenciar agora aos meus dedicados amigos, tal pensamento, que tem direitos de autor!
By the way, e vem de facto a propósito, gostaria de aqui destacar uma carta que um enfermeiro português, também emigrante, teve a frontalidade de escrever ao Presidente da República e que aqui transcrevo com a minha elevadíssima e devida vénia:

|Pedro Marques, enfermeiro português de 22 anos, emigrou quinta-feira de madrugada para o Reino Unido, mas antes despediu-se, por carta, do Presidente da República e pediu-lhe para não criar "um imposto" sobre as lágrimas e sobre a saudade.|

"Quero despedir-me de si", lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada hoje a Cavaco Silva e que tem como título "Carta de despedida à Presidência da República".

O enfermeiro Pedro Marques, que diz sentir-se "expulso" do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que não crie um "imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade" e apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um dia a Portugal."Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia", lê-se.

Em entrevista à Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de 2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz também que parte triste por "abandonar Portugal" e a "família".

Na mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no mesmo dia. Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das companheiras de Pedro na diáspora. "Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência, quero voar sozinha", conta Mónica, emocionada, pedindo ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que "se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar". "Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom", diz, acrescentando que está "zangada" com os governantes, porque o "país não a quer mais" .Pedro Marques não pretende que o Presidente da República lhe responda. "Sei que ser político obriga a ser politicamente correto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho", lê-se na carta de despedida do filho de uma família de emigrantes que se quis despedir de Cavaco Silva.
Nada a acrescentar – digo eu e subscrevo, assinando por baixo!

As distâncias australianas

Não quero que me acusem de supostamente falar da Austrália e estar para aqui a emitir opiniões sobre a política portuguesa. Mas, ainda que emigrante, não deixei de ser português e de querer bem à minha terra e aos que deixei lá longe no torrão pátrio.

Posto isto, quero reforçar que aqui, as distâncias são enormes e ainda há quem não considere que seja demasiado andar duas horas a pé para ir de manhã para o emprego e fazer mais duas horas de caminhada no regresso ao fim de um dia de trabalho.

Da casa onde vivo, até aos correios, por exemplo, é como da Malveira a Alcainça – uns quantos quilómetros – talvez quatro, ou cinco – e há quem os faça alegremente! Quer em Portugal, na gloriosa região saloia, quer aqui – eu próprio. Habituei-me a caminhar e agora já não passo sem esse precioso exercício físico, para lá e para cá!

Contudo, a regra do caminhanço está bem evidente na distância que separa as estações de combóio. Por estas bandas, não há Metro! Há combóios que ora andam por debaixo de terra, ora por cima. A expressão Metro não existe e todos andam de combóio! A distância entre estações nada tem que ver com a distância entre o Saldanha e Picoas, por exemplo! Cá não há dessas bizarrias! Entre duas estações um combóio a andar a 60 quilómetros hora (em média) leva cinco/seis minutos a chegar à estação seguinte.

Para se ter a dimensão da rede dos combóios de Sydney, deixem-me esclarecer-vos que existem exactamente 362 estações que seguem em 15 linhas (direcções) diferentes!

Um qualquer engano na escolha da linha a tomar, pode ser fatal em termos de pontualidade. A reparação de um engano pode levar horas e provocar um distúrbio irrecuperável na agenda de um indivíduo.

Entretanto, com a mania do exercício físico que todos têm aqui, é frequente ver-se mamãs, com carrinho de bébé, a fazerem caminhadas de quilómetros, ao longo dos passeios largos e ajardinados que a cidade possui. Desde cedo que todos se habituam a caminhar e a vencer as distâncias com um sorriso e muita estaleca!

Por falar em estaleca...

Por falar em Alcainça e por recordar a expressão estaleca (expressão que o meu pai designava com frequência para referir alguém com uma vida, energia e ânimo acima do normal), gostaria de aqui mencionar um jovem amigo, de 84 anos, residente em Alcainça, o meu amigo Amândio Quinto, homem absolutamente ímpar e de quem me orgulho ter conhecido, e de com ele ter privado, para vos contar que na véspera do meu casamento, na noite de 12 para 13 de Outubro, ele me telefonou propositadamente para Sydney,para me desejar boa sorte e para referir que no dia seguinte, sábado, dia 13, dia do meu casamento, ia decorrer na Malveira o habitual encontro de “jovens”, a que diversas vezes me referi em notícias destacadas quer na Folha do Café, quer no Jornal Daqui, ao noticiar o almoço mensal de dedicados malveirenses que mensalmente se reunem para festejar a amizade e o facto de ainda estarem vivos – e que Deus os mantenha por muitos e muitos anos a todos e de boa saúde! (O mais novo era eu e o mais idoso já coleccionava para cima de 90 as anuidades que a natureza lhe atribuira!)

Pois estes meus amigos haviam decidido (e cumpriram), fazer um brinde em honra do meu casamento às 13 horas desse sábado, dia 13 de Outubro. Eu ficara ciente desse emocionante facto e agradeci sensibilizado ao meu inestimável Amândio Quinto, mas julgando que a cena do brinde fosse mais retórica...

Passados uns dias, já casado, e já vencida a fase da lua-de-mel, recebo novo telefonema, novamente do meu amigo Amândio Quinto, a saber se tudo havia corrido bem, a contar-me do referido brinde e a dizer que apesar de tudo ele evitara que se concretizasse uma decisão tomada na ocasião e votada por unanimidade e que era dali mesmo telefonar-se, àquela hora, para Sydney para me saudarem de viva voz!
E dizia-me o meu amigo Amândio Quinto, que de repente fizera contas às dez horas de diferença horária (e que agora, com o horário de inverno em Portugal passou para 11 horas de diferença – aqui mais tarde) e impediu que, com o tal telefonema, me interrompessem inapropriadamente, a noite de núpcias...

Achei uma delícia! Isto sim, são amigos como já não há! No fim do telefonema,comecei a chorar de comoção e de ternura, assustando inadvertidamente a Bianca que, aflita, me perguntava se havia alguma má notícia de Portugal!

De facto, àquela hora, 13h de Portugal, eram 23h de Sydney, e eu e a Bianquita estávamos em pleno usufruto da noite de núpcias no Hotel Park Royal de Parramatta, para onde fomos por 24 horas, uma vez que na 2ª feira seguinte, a Bianca começava a trabalhar no novo emprego!

Mas agora, vou contar-vos alguns detalhes do casório.


No casamento a 13 de Outubro de 2012

O Casamento

Nunca percebi porque é que as noivas optam sempre por fazer no dia dos respectivos casamentos, uns penteados especiais que, normalmente, lhes não favorecem os semblantes, tornando-as diferentes do que são na grande maioria dos casos.

Estava curioso de ver o que ia acontecer com a Bianca e felizmente reparei que ela não tomara nenhuma daquelas frustrantes decisões de se refugiar num cabeleireiro durante as seis ou sete horas que antecedem a cerimónia.

Combinaramos que a cerimónia seria simples e os trajes smart casual, isto é, nada de fatos, nem gravatas, nem roupa complicada. Tudo simples e fresco a condizer com os 30 graus centígrados da Primavera Sydniense (não sei se é assim que se diz, mas se não é... passa a ser!). 

No dia anterior o frio voltara a sério e quase desesperámos a pensar que teríamos de rever as farpelas.
O dia amanheceu solarengo e quente. Sunshine, sunshine, super fun! De novo, quase 30 graus!

Dado que aqui não pode haver atrasos, a pontualidade impera nas relações humanas e ainda bem, ambos nos despachámos dentro dos parâmetros previstos e às 12 horas estávamos ambos nas instalações previamente escolhidas para a boda – um salão de festas da Comunidade Filipina em Sydney, no Bairro de Blacktown, relativamente perto do local onde vivemos (Merrylands).

Tudo estava preparado como haviamos planeado e a Bianca escondeu-se na casa-de-banho das senhoras para não ser vista pelos convidados, antes do início da cerimónia. Ambos escolheramos o púrpura (rôxo) como cor-padrão das nossas vestimentas e assim, a decoração das mesas e de outros pequenos detalhes, era idênticamente em rôxo.

O beijo

O Celebrante da cerimónia (representante oficial para a celebração civil do casamento), Tim Addison, rodesiano de nascimento e com quem já haviamos tido uma reunião preparatória, já estava presente, os convidados estavam praticamente todos (com excepção de um casal – ele goês, filho de uma goesa e de pai peruano, e a namorada, uma chinesa lindíssima de olhos verdes), os padrinhos de ambos os lados, a Menorah, a Fada-Madrinha da Bianca, a Tora, tudo pronto.

Faltavam as alianças que ficaram retidas em Lisboa (na Alfândega... burocracias à portuguesa, onde estiveram mais de um mês, concerteza a ver se encaixavam as ditas alianças no tráfego de droga...), mas em lugar delas e já prevendo uma portuguesice do género, tomei a iniciativa de adquirir dois anéis de plástico por um dollar (ambos), anéis cujo valor material dedico às autoridades portuguesas – porque o valor estimativo será sempre nosso com muita estima e carinho – e dada a luz verde proveniente do homem do som – um velhote cheio de genica e de vontade em colaborar, avisou-se a noiva e começou a tocar a marcha nupcial, numa versão em tango, que é o ritmo musical de que a Bianca mais gosta! É verdade, lá fui descobrir na Net uma versão em tango!!!

O padrinho da noiva, Peter Thomas, de quem já vos falei na 1ª crónica das Terras do Fim-do-Mundo, trouxe-a pelo braço, fazendo as vezes de pai da noiva e entregou-ma no “altar” da cerimónia, um estrado elevado ao fundo da sala de cerimónias.



Eu, a Bianca e os filhos Roxy e Ray

Comigo, ao meu lado, muito sereno, estava o meu Padrinho, o empresário português Fernando Ferreira, de quem também já falei na IIIª Crónica.

O Celebrante deu início às prelecções da praxe, fez as perguntas que tinha de fazer e a dado passo colocou as questões sacramentais cujas respostas são ambos os SIM usuais e sempre tão esperados para as fotografias... até porque se segue o tradicional beijo que sela o contrato de confiança e jura pela protecção mútua que se espera vigore pelo resto das vidas de cada um!

Assinaturas, testemunhas, fotografias, papéis para a emigração (factor também omnipresente), um brinde com champagne, os aperitivos (onde não faltaram os pastéis de bacalhau, que aliás se esgotaram, tal foi o sucesso) e finalmente o repasto.

Durante a refeição tocou música instrumental, à qual não faltou Carlos Paredes e António Chainho e depois... brindou-se com vinho do Porto... outro sucesso, com todos a perguntarem onde tinhamos arranjado esse “Ferreira”, Porto legítimo, já que na Austrália também se produz (ilegitimamente, a meu ver), uma bebida espirituosa a que eles chamam de Porto!

E pronto... pelos altifalantes soaram as primeira notas de “New York, New York” pelo saudoso Frank Sinatra e era o mote para se começar a fazer a digestão!

Eu e a Bianca fomos os primeiros a dançar, abrimos o baile e muitos temas se seguiram, com slows, ritmos mais anos 60, mornas de Cabo Verde (com a Cesária Évora), umas coisas mais mexidas, Beatles à mistura, Cliff Richard, Bee Gees (que são australianos), Percy Sledge, Ray Charles, Nat King Cole, Stevie Wonder e o infalível Bonga, com aqueles temas angolanos que não podem falhar em festas nossas, como o “Currumba”, “Zé Kitumba” e “Olhos Molhados”.  

Ao contrário dos outros casamentos, onde os noivos são os primeiros a sair, desta vez, nós fomos os últimos, pois ficámos até final, despedimo-nos de todos quantos puderam ir e ainda estivémos a arrumar os artefactos trazidos para abrilhantar a festa, a recolher as flores que nos ofereceram e a recolher o computador que levava toda a música previamente seleccionada.

Passámos por casa e cerca das 20h entrámos então no ParkRoyal de Parramatta, um formidável hotel de cinco estrelas, onde fomos gozar a nossa noite de núpcias, aliás oferta de um dos amigos do jovem casal Arriaga.

Foi uma data linda que nunca esqueceremos, uma festa com as nossas impressões digitais, cheia de amor, de ternura e onde fisica, ou espiritualmente, todos os amigos e entes familiares estiveram presentes.

Os que puderam vir assinaram um lindíssimo Livro de Presenças que encontrámos dias antes numa loja chinesa. O referido livro dizia na capa (em francês) – “Não tenho medo do amanhã, porque já vi o ontem e amo o hoje”. Ambos achámos a frase significativa para a ocasião.

Blogspot

Claro que querem ver as fotografias e já chega de palavras e descrições bla bla bla...

Ok, consultem o Blogspot costumeiro e vejam as fotografias... nem todas... mas uma parte substancial... http://cronicasaustralia.blogspot.com.au

Nas vésperas alguém me enviou um Sms a dizer que a vida é como desenhar sem borracha!
Achei piada e compreendi a mensagem – os erros que se fizerem perdurarão!

A 13 de Outubro senti-me um Picasso!

Hoje sinto-me Rembrandt! Espero que esta sensação de saber desenhar sem me enganar se mantenha e perdure por muitos e muitos anos até final da minha vida!

Mereço e a Bianca também merece – assim nos valham as circunstâncias e nos ajudem os amigos e familiares, num contributo colectivo, onde mesmo que não haja borracha, não falhem os lápis, os afiadores, o papel e a inspiração!

Darling Harbour

Porque o relato já vai comprido o suficiente, fica para a próxima Crónica, a 7ª, o relato de um fabuloso passeio que démos a comemorar a 1ª semana de casados – à jóia da corôa Sydniense, um magnífico passeio a Darling Harbour, talvez a zona mais linda desta maravilhosa cidade tão cosmopolita e harmoniosa.

Um destes dias conto-vos tudo. Até lá, fiquem bem e escrevam-nos a dar as vossas impressões.

Beijos e “soidades” destes dois saloios em Sydney,

Bianca e Luis Arriaga
Sydney, aos 26 de Outubro de 2012. 
                                              






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