segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CRÓNICAS do Fim-do-Mundo 15 - 61 anos...

Simplesmente EU
Sim, estou velho! Ainda me lembro que, quando era miúdo, olhava para os adultos de 50, cinquenta e pouco e achava-os velhos! Com sessenta, muito mais. Se conhecia algum de setenta anos, bom... comparava-o ao Matusalém! Completamente jurássico!

Os anos passaram a correr, os cabelos (e a barba) branquearam e aí estou eu com 61 anos!

Tenho de admitir que embora ainda me sinta capaz de calcurrear mais uns quilómetros de vida, amigos... estou velho!

Gostaria de agradecer a todos quantos me enviaram mensagens, telefonemas, sms’s, mensagens pelo facebook (cerca de 150...), o meu MUITO OBRIGADO pela lembrança, pelo apoio nesta época difícil, pelos mimos (que deixemo-nos de coisas... sabem sempre bem e por vezes até me deixam de lágrima ao canto do olho), pelos votos de felicidades. São todos uns amores!
Nesse dia e dois dias depois, no sábado 31 de Agosto, eu e a Bianca tirámos fotografias que tenciono enviar em Anexo com esta Crónica nº 15.

Saúde

Sobre a saúde tenho-vos informado da evolução dos acontecimentos e não vou agora maçar-vos com mais relatos. Só quando realmente houver mais novidades. Combinado? Serei internado a 16 e terei alta a 18.
Dia 16 de Setembro é o Dia de Ano Novo para todos os Judeus do mundo.
Vamos entrar no ano 5774! A todos, os meus sinceros votos de um feliz ROSH ASHNA.

Portugal a arder

Tenho o hábito de diariamente assistir a um serviço muito mal feitinho pela RTP Internacional, aqui na Austrália, um pequeno telejornal da véspera (noticiário das 13 horas), com a duração de 40 minutos, emitido às 10h.20m  e pasmo com a quantidade absolutamente incrível de incêndios que deflagram no norte do país e que, para além dos naturais prejuízos ambientais, este ano fizeram, até ao momento, oito vítimas mortais.

Fiquei particularmente chocado com a morte da jovem Rita, de 22 anos, bombeira em Cascais, num desgraçado fogo em Tondela.

Lágrimas pela Rita e por todos os outros bombeiros que deram a vida pelas vidas de todos nós, ingloriamente, enquanto o estado não tomar uma medida absolutamente urgente, no sentido de proibir a construção imobiliária por um período nunca inferior a cinquenta anos, nas áreas ardidas, independente dos planos e projectos de desenvolvimento urbano já existentes. Por outro lado, implementar medidas legislativas que afectem a penalização do fogo-posto equiparável a actos de terrorismo e como tal, devendo ser julgados em tribunais especiais, com penalização equivalente a aplicar de forma exemplar – para actos criminosos especiais, medidas especiais!

No final e em Anexo, junto um texto brilhante que me chegou via mail e escrito pelo corajoso jornalista José Gomes Ferreira, que, com clareza e oportunidade, coloca o dedo nas várias feridas, chegando até a indicar responsáveis (declarados e presumíveis).

É claro que também não se poderá pedir que os tribunais actuem se a legislação é branda, ou inexistente...
Mas é aflitivo assistir diariamente a noticiários do país que, invariavelmente, durante o mês de Agosto, começavam com a notícia de incêndios e de reacendimentos, vítimas e prejuízos colossais num país a transbordar de problemas!

Por mais promessas e reformas que se façam, é todos os anos a mesma coisa! Para o ano, estou infelizmente certo... há mais do mesmo!

A morte de António Borges

Não o conheci pessoalmente, mas ia acompanhando as suas análises, os seus comentários e as suas entrevistas. Desconhecia que estivesse doente e para mim foi uma desagradável surpresa o seu prematuro desaparecimento.

Surpreendentemente creio que houve reacções de júbilo entre alguns cidadãos, o que lamento, pois reflecte um índice de menoridade intelectual e de grave deficiênccia emocional.

A este propósito, o meu amigo pessoal João Paulo Diniz, condecorado com a prestigiosa Medalha da Liberdade, este ano, no 10 de Junho, enviou-me um pequeno texto seu, que apreciei, aplaudo e subscrevo:

Que me recorde, nunca falei com o Prof. António Borges e até duvido que alguma vez o tenha visto pessoalmente. Soube, naturalmente, do seu falecimento. E hoje, ao ler na net o editorial do "DN", fiquei estupefacto. Escreve o jornal que "mal se soube da morte de António Borges, as redes sociais, os blogues e as caixas de comentários das edições online dos jornais foram inundadas de opiniões de júbilo pela notícia."
E dou comigo a pensar onde está o respeito pela memória de quem partiu, independentemente do facto de se gostar ou detestar essa pessoa.

E dou comigo a pensar como alguns - tantas vezes sob anonimato - opinam as maiores barbaridades acerca de tudo e de nada, quais 'sábios' saídos de uma universidade que só eles conhecem.
E dou comigo a pensar onde estão os valores que herdámos dos nossos antepassados. E que valores vamos oferecer às gerações actuais e futuras.

Que tristeza!

Quanto ao Prof. António Borges, que descanse em Paz!         João Paulo Diniz


Eleições na Austrália

No passado sábado, dia 7 de Setembro, realizaram-se eleições para a Assembleia Federal (Senado) e Governo.

Contra as minhas expectativas, o governo de Kevin Rudd (Labor – correspondente de certa forma ao nosso PS) perdeu e por margens esmagadoras, com equiparação a registos do tempo da 2ª guerra mundial!

Ganhou a oposição, liderada por Tony Abbot, que preside ao partido Liberal (mais ou menos correspondente ao nosso PSD).

Esperam-se algumas mudanças significativas, sobretudo a fazer fé nas promessas eleitorais, havendo a certeza de que vão aumentar os impostos, vão desaparecer as taxas que o governo anterior lançara às empresas exploradoras de minas e de carvão e a Austrália vai entrar num período de pelo menos quatro anos de um regime de capitalismo selvagem, defendido pelo candidato Tony Abbot.

Tony Abbot, é membro da Opus Dei e a mãe dele (segundo os mass media cá do sítio), dizia que ele um dia seria Papa, ou 1º ministro! Felizmente na Igreja católica deve ter prevalecido o bom senso e aí o temos como 1º ministro...

Tudo decorreu com a maior das serenidades e no final, todos procederam com o maior dos civismos e fairplay, tendo os derrotados felicitado os vencedores – lembrei-me dos problemas que tive em Portugal, quando, ainda ao serviço da Direcção-Geral da Administração da Justiça, publiquei no site da DGAJ as felicitações ao então vencedor do acto eleitoral entretanto ocorrido, Partido Socialista dirigido pelo Engº José Sócrates.

Enfim... Portugal ainda terá de percorrer um longo caminho na via dos procedimentos e dos hábitos da democracia.

Ainda sobre os resultados eleitorais desta terra dos cangurus, só me preocupa e muito que a futura ministra dos negócios estrangeiros, Julie Bishop, que é uma tiazona completamente inexperiente e seguidista, e que por inerência vai chefiar a delegação australiana, vá a partir de Outubro próximo, presidir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, num período tão dramático quanto é o que estamos a atravessar, com a previsão de mais um conflito de proporções gigantescas, impossíveis de avaliar, no Médio Oriente.

Sai o anterior ministro, Bob Carr (um tipo admirável, conhecedor e equilibrado, de consensos) e entra uma tiazeca Barbie, que suponho, nem tenha bem noção de onde fica a Síria, ou que suponha que Burkina Fazo seja a marca de um electrodoméstico...

Enfim, vamos ver no que isto tudo vai dar!

Para já, começou por (como primeira medida tomada) demitir o Cônsul australiano em Nova Iorque, com a desculpa de que ele pertence ao partido Labor, agora na oposição! Muito mau sinal, uma vez que internacionalmente não há “oposição” – existe, isso sim, a preocupação de servir com competência os interesses do país! 

Recadinho para aqueles que ainda sonhavam vir trabalhar para a Austrália, ou emigrar:

Com Tony Abbot acabaram-se as abébias e a partir de agora, a legislação sobre emigração vai endurecer brutalmente. Quem veio, veio, quem não veio... ficou de fora!

Alguns já me tinham avisado que não esperasse que se eternizasse este estado de graça na Austrália. A Bianca, mais habituada a estes ambientes das terras do sul, não se mostra particularmente nervosa, nem preocupada. Deo gratias!  

Madrid 2020   

Como bom ibérico acompanhei por mais de dois meses a expectativa da escolha da cidade organizadora dos Jogos Olímpicos de 2020, cujo epílogo foi há dias o anúncio da cidade vencedora, em Buenos Aires, pelo Comité Olímpico!

Estava a torcer por Madrid que se apresentou francamente com uma proposta vencedora, naquele jeito arrebatador que só os espanhóis transmitem, com salero, organização, alegria, paixão!

Concorriam (nesta fase final) Madrid, Istambul e Tokyo.

Todas apresentavam os seus argumentos e confesso, não sendo Madrid, cheguei a supor que Istambul era a cidade que reuniria mais argumentos de novidade: o facto de pela 1ª vez ser um país árabe a organizar os Jogos Olímpicos, o facto de ser capital de um país de gigantesco poder, sobretudo se se projectar as expectativas de daqui a 8 anos, o facto de pela 1ª vez ser possível “fazer” as Olimpíadas em dois continentes.

Para trás ficaria obviamente Tokyo, uma cidade com 80% das estruturas olímpicas por construir (uma vez que as anteriores estavam caducas e obsoletas), uma cidade demasiado populosa e demasiado cara (a mais cara do mundo), ameaçada por terramotos e por poluições perigosas (Fukushima a uns poucos de quilómetros), uma cidade localizada em fuso horário absolutamente anticomercial e deixando a América fora do contexto das retransmissões em directo, uma cidade de gente cinzenta...

Pois foi exactamente a cidade ganhadora! A meu ver... infelizmente!

A Bianca acertou no prognóstico – Tokyo!

Como em 2024 San Francisco se perfilou já para se candidatar  e supostamente é uma vencedora antecipada, resta a Madrid a esperança de se recandidatar lá para 2028, ou 2032!

Há também quem assegure que Paris também pretende organizar os Jogos de 2024 e se porventura estes, de 2020, fossem na Europa, dificilmente os de 2024 se efectuariam também na Europa.
A corrupção, os interesses escondidos e a manipulação instalaram-se também no Comité Olímpico, o que é uma pena!

2032

Pois... eu acho que já cá não estarei, mas quem sabe? Se for vivo, terei a honrosa e provecta idade de 80 anos! Parece-me meta inatingível.

A Bianca diz que sim, que vou cá estar e continuar sem juízo nenhum!

Curiosamente o livro português que estou agora a ler e que me foi enviado e oferecido pela minha sogra, a Elizabete, (Bem Hajas Dezi), tem por título 2032, de autoria de Diana Cooper e é uma obra visionária repleta de previsões sobre o que será o mundo em 2032, quando, segundo a autora, começa a Nova Idade de Ouro, quando o mundo finalmente atingir a paz e será então absolutamente reconhecível uma revolução nas mentalidades, o desparecimento do materialismo e a implementação de uma era de espiritualidade.

Diana Cooper chega a esmiuçar país por país, refere-se a Portugal, à Austrália, à Nova Zelândia, e por aí fora! Considero uma leitura muito curiosa.

Achei extraordinário, que tendo o livro acabado de ser escrito em 2010 ou 2011 (isto, porque a 1ª edição é de 2012), a autora, ao referir-se à Síria apresenta uma fotografia absolutamente actual da crise que espanta e preocupa o mundo dos dias de HOJE! Para os aficionados pela leitura, sugiro vivamente o 2032, certamente fácil de obter numa livraria “perto de si”...

Vem aí a Primavera

O frio já começa a abrandar e direi mesmo que o calor já apareceu e mostrou que este ano vai aquecer um pedaço... não sei se tanto quanto o ano passado, mas recordo-me de um dia numa municipalidade de Sydney – Liverpool – os termómetros terem chegado aos incríveis 53 graus centígrados!

Por cá, o frio apresenta uma vantagem incontornável – não há baratas – las cucarachas... são aos biliões no tempo quente e mesmo em prédios com 70 e 80 andares, os residentes se queixam deste imenso e nojento incómodo! Aliás desconhecia que as putas das baratinhas hibernavam!!!

Oficialmente a Primavera entra a 22 de Outubro, aquando do equinócio da Primavera.

No último fim-de-semana de Outubro, em Portugal entra-se no chamado “horário de inverno” e aí a diferença horária aumenta para dez horas – cá mais tarde!

Uma semana depois, no 1º fim-de-semana de Novembro, a Austrália entra no “horário de verão” e há nova alteração das horas – a diferença horária aumenta então para onze horas – aqui, 11 horas mais tarde.
Realmente estamos a meio caminho entre Terra e Marte!

Já o tenho referido em diversos escritos que as cidades estrangeiras mais próximas de Sydney (com excepção de Auckland e Wellington na Nova Zelândia) – Jacarta, Dili, Singapura, Kuala-Lumpur, Macau, Bangkok, estão de Sydney, mais longe do que Lisboa está de Nova Iorque ou de Moscovo! E aquelas são as mais próximas de Sydney...

11 de Setembro

Passam hoje 12 anos sobre essa terrível data em que o mundo mudou para sempre.

O brutal atentado perpretado pela AlQaeda contra o Pentágono, contra as Torres Gémeas de Nova Iorque, contra o Ocidente, contra a Paz, fez abanar a estabilidade e perder a esperança que então, no início do século XXI, todos alimentávamos sobre um tempo mais espiritual, menos materialista, mais brando e menos ligado aos conflitos.

Infelizmente, cada vez mais constato que tenho razão quando digo que a Paz é um mero intervalo entre guerras e que o Homem é de facto de natureza conflitual, não sabendo viver sem ser em tensão, em conflitos maiores, ou menores.

Provavelmente, hoje mesmo, a 11 de Setembro na Síria começa um novo conflito cujo desfecho é impossível de avaliar, sabendo-se à partida, que de certeza cairão muitos inocentes, vítimas de ambos os lados e absolutamente impossibilitados de evitar as baixas, dada a violência dos meios envolvidos.

Se por um lado a comunidade internacional deve dar uma resposta convincente ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, que comprovadamente não hesitou em utilizar armas químicas contra uma parte significativa da sua população, a verdade é que essa intervenção será tomada à margem do Conselho de Segurança das Nações Unidas e mais uma vez os Estados Unidos acabam por agir à revelia dos acordos internacionais estabelecidos e aceites pelos membros da ONU.

A divisão na Síria acontece por causa de uma eterna clivagem entre muçulmanos – os Sunitas e os Chiitas. Uma questão que não só, não é muito transparente, como, julgo em minha modesta opinião, esconder perversamente outras jogadas e interesses.

Honestamente penso que Israel estará a explorar a referida divisão entre muçulmanos e a guerra civil na Síria, para afastar do regime o ditador Assad, uma vez que ele é aliado do maior inimigo de Israel – o Irão – não permitindo que os aviões da Força Aérea israelita sobrevoêm a Síria para irem ao Irão destruir as fábricas das ogivas nucleares e as fábricas de enriquecimento do urânio, que se diz que o Irão possui e desenvolve há já vários anos, constituindo isso uma seriíssima ameaça à existência do estado de Israel.

Israel, para voar para o Irão terá de conseguir que os seus caças vão e voltem em segurança e necessita de os reabastecer em voo, o que, por enquanto, não é possível – só mediante a queda de Bashar Al-Assad.
Ora aí está uma outra perspectiva sobre esta crise  que afecta milhões de seres, não só na região, mas em todo o mundo.

Ainda que compreendendo os objectivos de Israel, legitimamente discordo que se tomem iniciativas tão alastradas e violentas e, apesar de tudo, talvez fosse possível um mal menor, através de uma medida cirúrgica. Mossad... why not?

A ser hoje o esperado ataque à Síria (e certamente muitos se seguirão... com o envolvimento de outros países da região...), o dia 11 de Setembro passa a ser uma espécie de Dia Maldito!
    
Mulheres Orientais

Mas falemos de outros assuntos bem mais agradáveis!

Uma das coisas que mais me tem intrigado é ver em Sydney uma imensa quantidade de homens ocidentais atrelados a mulheres orientais!

A miscegenação é um fenómeno natural, mas não numa tal proporção!

Perguntei a um amigo a razão de tal circunstância, ao que ele me respondeu dizendo que os australianos procuram com frequência as mulheres orientais por estas terem fama de serem meigas, submissas, boas mães, muito trabalhadoras, tratando da casa, dos filhos, fazem a comida, limpam tudo, não contestam os maridos, permitem que estes vejam na televisão os desafios de rugby, ou de futebol, sem refilarem, sem contestarem, não são ciumentas, estão sempre prontas para fazerem as vontades todas, nunca alegam estarem com dores de cabeça, não fazem birras e apresentam sempre um contagiante sorriso!

Bom, acabei por procurar confirmação disto junto da Bianca, que me disse – Ah pois é, mas elas fazem tudo isso a troco de terem um cartão Visa de crédito ilimitado e estão constantemente a fazer compras e não querem cá saber de conveniências financeiras – tem de haver dinheiro para férias no estrangeiro, para jantar fora uma vez por semana, para ir ao teatro, ao cinema, e dançar, bom carro...

Chiça... penico, chapéu de côco... venha o diabo e escolha.

Agora olho para as tailandesas, indonésias, coreanas, chinesas, japonesas, vietnamitas, filipinas de forma diferente! Deus me livre... prefiro as birras e os “maus feitios” das ibéricas, com o chamado pêlo na venta, com as suas exigências e “defeitos” inerentes ao feitio.

Pelo menos, é o que eu argumento sempre – ok... já sei...não é defeito... é feitio!

Entretanto já começo a saber distingui-las:
As chinesas são as mais altas e elegantes. As japonesas são geralmente feiocas e baixinhas (cá para mim... é por isso que os japs trabalham que se fartam), as filipinas são as mais provocantes e as tailandesas as mais sexy! As vietnamitas são, com as coreanas, as menos protegidas pela natureza, contudo, consta, as melhores cozinheiras...

Não sei se este capítulo da Crónica 15 vai ser censurado, com lápis vermelho e se durante uns dias não terei de enfrentar uma greve do proletariado, mas pronto... decidi correr riscos!

Artistas estrangeiros conhecidos

Obviamente que só dou atenção aos que conheço (dos anos 60 e 70) e provavelmente muitos outros, contemporâneos, também se deslocam cá, mas eu só reparo nos nomes dos velhos consagrados!

Estava para cá vir o J.J.Cale, em Outubro, mas de repente faleceu e entretanto foi “substituído” pelo italo-descendente, igualmente muito popular por cá, Don Mclain. Em Fevereiro desloca-se a Sydney e Melbourne o maior ídolo da Bianca, o judeu canadiano, baladeiro dos anos 60 e 70, Leonard Cohen. Mas não vamos ver porque os bilhetes mais baratos (já esgotados) custam 250 dolares (cerca de 240 euros... cada!).

Em Março de 2014, quando cá vier a minha sogra, vem actuar à Austrália a coqueluche do momento – novos e velhos caêm estarrecidos por ele – Michael Bubblé – uma espécie de Julio Iglesias dos tempos modernos. Eu acho que canto tão bem quanto ele, sou capaz de não ter a sua elegância, talvez não seja tão famoso, e provavelmente não teria as enchentes que ele vai ter, mas, pelo menos aqui na Unit 11 / 28 Moodie Street, Cammeray, NSW 2062, o show será preenchido com Luis Arriaga a solo, por cima dos discos do Frank Sinatra, Nat King Cole, Beatles, etc. Os números tipo Michael Jackson retirei-os do “menu” das festas, porque agora, coxinho e com a bota ortopédica tenho uma certa dificuldade em fazer aqueles passos mágicos desse cantor que também nasceu a 29 de Agosto, mas de 1959 (sete anos mais novo do que eu).

Tabaco

Lá como cá, existe e pratica-se a costumeira hipocrisia do Tabaco.

O governo vai lançar impostos elevadíssimos sobre o tabaco com o agravamento daqueles estúpidos e ineficazes anúncios nos maços, de que o Tabaco mata e aos quais já ninguém liga!

É constarngedor assistir a campanhas imensas em que o estado investe milhões e por outro lado perceber que (aí como cá), o Estado é o principal accionista, logo o principal interessado em vender tabaco. Mesmo com as restrições de se não poder vender a menores, de se colocarem faixas nos maços a referir que o tabaco provoca cancro, a verdade é que se vendem muitas toneladas de cigarros e o estado lá vai esfregando as mãos de contente, esperando certamente que muito poucos deixem de fumar e para limparem as consciências tingidas da poluição dos fumadores, o Estado toma umas quantas medidas absolutamente balôfas.

A Bianca afirma que o Estado investe balúrdios na prevenção e cura do cancro por causa do tabaco e na luta anti-tabágica, com os media.

Manias dos australianos

Não se deve generalizar, eu sei, sobretudo quando se fala de públicas virtudes e vícios privados.

Mas ao longo destes treze meses de Austrália, reparei que há por aqui manias e trejeitos, maneirismos e características muito comuns à generalidade dos aussies – que é como eles se referem a eles próprios.
Sei também que a Bianca não concorda com estas minhas observações.

1º Muitos se proclamam ter laços ancestrais com os aborígenes – o que eu chamo o “pecado aboriginal” – no fundo uma hipocrisia total! Quando os colonos ingleses vieram no século XIX fartaram-se de matar os aborígenes, quase até à sua extinção e constituiram como que “reservas” onde ainda hoje eles vivem, em condições de desenvolvimento restritas. É certo que eles parecem quase todos macacos, feios, pele muito escura, semelhantes a humanóides, de duvidoso aspecto, mas daí até se argumentar que se descende deles, por via de uma tia-bisavó de quinto grau, vai um gigantesco passo!

2º Todo o ausraliano sonha com uma viagem à Europa. Em especial ostentam um desejo que na maioria dos casos não passa de um devaneio (porque nunca chegam a ir), mas têm Paris como destino privilegiado, a aspiração máxima de uma vida de trabalho e sacrifícios – um acto de vaidade que é uma tolice, uma vez que o resto da Europa tem coisas maravilhosas como Barcelona, Roma, Lisboa, e por aí fora...

3º Manifestam na generalidade uma incontrolável inveja (e pena...) de não serem norte-americanos! Estão constantemente a criticar os yanks, mas adoravam ser como eles. Isto revela um irreprimível complexo de inferioridade, já que a Austrália contém, a meu ver, vantagens imensas sobre os Estados Unidos da América e sobretudo sobre a forma de viver dos yanks!

E pronto, meus amigos!

Desta vez fico-me por aqui e voltarei a dar notícias depois do Hospital!

Espero que fiquem bem e até lá recebam um imenso abraço, um ternurento beijo e as costumeiras saudações deste vosso servo, ao dispor

Luis Arriaga

Sydney, aos 11 de Setembro de 2013.

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